quarta-feira, 11 de maio de 2011

Linha de Rumo


                                          Claude Monet, Sunrise


Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Encontro-me parado...
Olho em redor e vejo inacabado
O meu mundo melhor.

Tanto tempo perdido...
Com que saudade o lembro e o bendigo:
Campos de flores
E silvas...

Fonte de vida fui. Medito. Ordeno.
Penso o futuro a haver.
E sigo deslumbrado o pensamento
Que se descobre.

Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Desterrado,
Desterrado prossigo.
E sonho-me sem Pátria e sem Amigos,
Adrede.

Ruy Cinatti
in «O Livro do Nómada Meu Amigo», 1958

7 comentários:

  1. Não conhecia o poema.
    Gosto muito de Monet! : )

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  2. Belissimo, querida Ariel :)
    Obrigado!
    Beijinho

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  3. Há que mirar Alto.

    Beijinho, Querida Ariel

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  4. "E sonho-me sem Pátria..."
    Também eu. Que me restem os amigos...

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  5. Ariel querida
    Lindo este poema!!! Eu sinto-me sem Pátria e sinto uma tristeza enorme ao olhar para este País, mas felizmente ainda sinto o carinho e a força dos amigos.
    Beijinho

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  6. Muit bom, Ariel. A poesia como possibilidade de sair desta vida encarcerada!

    Beijinho

    :)))

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