terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Grécia, regresso ao futuro



No próximo fim de semana irão ocorrer eleições na Grécia. Pelas notícias que nos chegam, a iminência da chegada do poder do Syriza, tem levado o seu líder Tsipras a produzir uma discurso de moderação e realismo que estará certamente a pór os cabelos em pé a muitas eminências pardas do nosso rectângulo. O Syriza faz hoje parte da  solução dos problemas da Grécia  tendo passado de um pequeno partido que soube congregar com inteligência e realismo, o descontentamento do povo grego,  desapossado de representação pelo caminho auto-destrutivo do PASOK que se deixou capturar pelos interesses dos credores. Espero que o próximo domingo seja o primeiro dia do início de um caminho que nos conduza a uma União Europeia mais solidária, democrática e próspera. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A execução de Paris



Ontem em Paris aconteceu o inominável. O acto bárbaro que deixou a França e o mundo em estado de choque, foi repudiado pelos mais diversos quadrantes políticos e sociais e as redes sociais encheram-se de reproduções cartoonistas  de condenação veemente do horror. Durou pouco a unanimidade. A partir de determinada altura lá apareceu um cartaz "Je suis Ahmed". Ahmed, o policia francês assassinado a sangue frio depois da chacina no jornal, quando os terroristas se punham em fuga. Houve logo os bem intencionados paternalistas que se acharam no dever de isolar Ahmed içando-o ao Olimpo porque o policia francês era muçulmano. Acho dum mau gosto atroz. Sabemos que os cartoonistas assassinados eram ateus, o policia Ahmed era muçulmano, e é provável que até haja cristãos entre as vitimas. Ahmed é uma das vitima da barbárie sem nome tal como tantos outros, que alguns por cobardia simplista e no conforto do sofá, acusam e responsabilizam o "Ocidente" numa lógica auto flageladora, que faz coincidir a responsabilização permanente do ocidente por todos os males do mundo. 
Vão dar banho ao cão, sim?  

sábado, 3 de janeiro de 2015

Dura lex sed lex?


Hoje não há ninguém que não tenha a sua opinião sobre o caso José Sócrates. Ora se isso acontece, não é certamente por o cidadão José Sócrates ser um cidadão como outro qualquer. Não é. Um cidadão qualquer  não teria à porta da prisão onde está detido, acampados dia e noite, uma bateria de jornalistas prontos a sair ao caminho de qualquer mortal que vá em visita ao estabelecimento prisional de Évora. Vem isto a propósito do efeito de bomba que produziram as respostas de José Sócrates às perguntas da TVI . Até agora a opinião pública só tinha sido confrontada com noticias da acusação selectivamente sopradas para a imprensa, com o objectivo obter a condenação na opinião pública sem qualquer contraditório. O que me espanta neste processo, é a falta de inteligência evidenciada pelo juiz Carlos Alexandre e o Ministério Público que têm dado provas de presumir  que poderiam lidar com este caso como se de um cidadão vulgar se tratasse, dilatando a prisão preventiva e silenciando o preso para melhor investigar. Mas será possível tanta falta de inteligência e vaidade por parte dos juízes que dirigem esta investigação? Então eles estavam à espera que um ex-primeiro ministro com a personalidade de José Sócrates iria ficar quieto e calado?  Se é verdade que a lei é igual para todos, não é menos verdade que não se pode tratar de igual modo o que não é igual e este processo não é um processo igual aos outros. Arrogância, cretinice, vaidade e estupidez é o que têm revelado os responsáveis deste processo. São os primeiros a prestar um péssimo serviço à Justiça.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Nuvéns em Belém



Portanto sua Anibalidade dirigiu a tradicional mensagem de Ano Novo aos portugueses.  Aproveitou sua Anibalidade para denunciar o caos verificado na Educação e nos Tribunais durante dois meses a fio?, Preocupou-se com o estado catatónico do Serviço Nacional de Saúde feito uma sombra do que era há três anos? Advertiu os governantes para o estado calamitoso da pobreza ostensiva dos sem abrigo, da exlusão social e da pobreza envergonhada da classe média empobrecida e brutalizada com impostos e o desemprego de longa duração?  Convocou os portugueses como na mensagem em que admoestou o anterior governo lançando "Em 2008, o número de residentes em Portugal que se encontravam em "risco de pobreza ou eclusão social superava em 2 milhões e 750 mil", quando no final de 2014 esse número duplicou? Alertou como fez no final de 2010 "é altura dos Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro"?
Não, sua Anibalidade falou das eleições, da campanha eleitoral que se avizinha, colou o seu discurso às politicas do governo, ao discurso do PM sobre a ausência da nuvens negras com eles ao leme, pretendeu assustar os portugueses garantindo que não há alternativas e tentou condicionar possiveis acordos que pretende ver realizados antes das eleições.
Vá dar banho ao cão, Sua Anibalidade!