sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Citações


"Não há um plano para nada[....]Os ministros cortam aqui e cortam ali[...] talvez bem talvez mal [...]. Infelizmente [...] parece uma caçada aos pardais.

Os ministros coitados não ajudam.[ ... ]O ministro da Economia, que escreveu um livro pedante e pueril[...] desapareceu num mundo que ele não conhece. [...]E o sr ministro Relvas, sem qualquer autoridade que o país reconheça, ocupa quase o palco sozinho, e gesticula e berra, provavelmente sem consequência.[ ...] O Governo [...]  não convence. Passos Coelho é um homem[....]à procura do compromisso e da unidade. E um homem hesitante à procura de firmeza e de respeito. É muito capaz de perder pelos dois lados."

Vasco Pulido Valente, no Público

Solilóquios (39)


Eu ainda sou do tempo em que o PSD e Pedro Passos Coelho faziam cavalo de batalha da descida agressiva da taxa social única, inclusivamente Catroga dos pentelhos que passou o tempo a falar em esqueletos no armário, defendia um corte de 8%. Eu ainda sou do tempo de um debate televisivo entre Sócrates e Passos Coelho, em que o anterior Primeiro-Ministro defendia que a descida da taxa social única, embora constante do memorando assinado com a Troika, não estava ainda quantificada, e teria de ser objecto de um estudo cuidado para não provocar a ruína das nossas reformas. Eu ainda sou do tempo em que, por ter dito esta e outras evidências basilares, houve meio mundo a soltar-lhe os cães, com o argumento recorrente de que o homem era um mentiroso compulsivo. Qual não é o meu espanto quando agora ouço Pacheco Pereira cheio de candura na Quadratura do Circulo dizer, que nesta matéria,  o PSD está a fazer exactamente o contrário do que prometeu, ou seja está a cumprir as promessas de Sócrates. Há coisas fantásticas, não hã?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida selvagem

Como não me apatece falar da triste entrevista do Presidente da República que por desgraça nos caiu em sorte, resolvi arejar a cabeça com uma visita ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência, que expõe as fotos de 94 fotógrafos autores das melhores imagens do mundo da vida selvagem.. Descansamos a cabeça e ficamos mais sensibilizados para a preservação do Planeta. Venham daí.

Citações


"Cegueira
 

Toda a gente em Portugal teria a ideia que o País e muitos dos seus naturais andavam a gastar o que não tinham e que, mais tarde ou mais cedo, o descomedimento iria dar mau resultado. Era assim no Estado, com o seu gigantesco aparelho sempre acrescentado de mais e mais caros 'boys' e "boysadas", nas empresas públicas, nas parcerias público privadas, nas autarquias, como nas regiões - em particular na Madeira das inaugurações permanentes -, como também da parte do cidadão comum, sempre espicaçado pelo marketing para consumir, recorrer ao crédito, endividarse, até porque haveria sempre um empréstimo para pagar os empréstimos anteriores. E quando a política irresponsável de endividamento desse para o torto, o tratamento seria de choque e com dor. O que acontece é que, para além de chocante e doloroso, o tratamento também é cego. E doente que tenha escapado da doença não vai escapar de morrer da cura. Adiante. Um dia destes testemunhei o relato de algumas experiências actuais de docência num agrupamento de escolas, essa espécie de campos escolares criados para concentrar os alunos deslocalizados, designadamente de escolas fechadas. E contava um docente que chegara já a ter que interromper aulas pois os seus trinta e tal alunos, alguns dos quais sem lugar sentado, não aguentavam a temperatura no interior do contentor.

A política cega de cortes, num sector tão sensível, decisivo e estratégico como a educação, vai ter consequências nefastas que vão prolongar-se por décadas. O insucesso escolar entre crianças agrupadas em campos de concentração vai disparar para valores jamais vistos e a recuperação nunca se fará de um ano para o outro. Esta política é cega. E os seus efeitos vão constituir uma prolongada escuridão. " 

João Paulo Guerra, Diário Económico

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

100 dias


A paz, o pão, educação, saúde, habitação...

Paulatinamente, começou o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. Todos aqueles que diziam cobras e largatos dos serviços de saúde, preparem-se porque vão mesmo sentir a diferença. Não poderão é argumentar que esta gente não lhes disse ao que vinha...

Estou à espera de ver o Mário Nogueira irromper pelo Ministério da Educação adentro montado no seu cavalo alazão de lança em riste pronto a trespassar o Ministro que acaba de suspender, em cima da hora,  o prémio para os melhores alunos do secundário. Para este governo é um despautério premiar com 500 euros os pobres alunos do secundário, quando o Bokassa jardinista está aflito com um buraco oculto de 1,6 mil milhões de euros. Mas ao menos não poderiam ter tido a delicadeza, enfim a educação,  de ter prevenido os interessados atempadamente?

Ouvi há pouco o esplendoroso Relvas, himself, sobre os 100 dias do Governo: "Já fizemos muito mas ainda sabe a pouco". Alguém tem dúvidas? Olé!

Citações

"É preciso um plano para salvar a Europa

O novo mantra entre os líderes europeus é que vão salvar o euro porque têm de salvar a União Europeia (UE). Parece, contudo, que se esqueceram de um pormenor fundamental. A razão pela qual a moeda única está em tão maus lençóis prende-se com a incapacidade dos governos europeus em persuadir os seus eleitorados de que vale a pena salvar a União Europeia.

Desisti de contabilizar os comentários eruditos que tenho ouvido sobre o futuro da união monetária - ou sobre o fim da mesma. Uns dizem que a crise pode ser resolvida de uma penada só emitindo 'eurobonds'. Outros advogam que as leis de ferro da economia exigem a saída da Grécia. Chama-se a isto incumprimento controlado. Tenho dúvidas de que esta solução suscite o mesmo entusiasmo junto de banqueiros franceses e alemães. Os meus amigos em Bruxelas esperam que daqui resultem avanços para uma união política.

Porém, os comentários mais assombrosos são os que começam por dizer que a zona euro não vai sobreviver e terminam repudiando a sua desintegração devido aos custos inerentes. O ideal é que os leitores decidam por si. Pelo que me toca, pasmo ante as certezas dos que oferecem previsões e receitas para a cura. Se alguma coisa aprendemos na última década foi a desconfiar das ideias simplistas.

Diria que a chanceler alemã, Angela Merkel, ainda não sabe se ficará para a História como a figura que condenou ou salvou o euro. Em qualquer um dos casos, o panorama económico é extremamente sombrio. Acima de tudo, porém, trata-se de uma crise política e resume-se à colisão entre a ideia de que os governos da zona euro estão nisto juntos e a tentação de pensarem que estão melhor por sua conta e risco.

Por muito que os números pareçam assustadores, a dívida dos países periféricos representa apenas uma pequena parcela do produto da zona euro. O renascimento dos nacionalismo? é, no fundo, o verdadeiro obstáculo à resolução da crise. O seu poder de sedução é enorme. Os alemães, com os bolsos cheios de marcos, poderiam voltar a ser alemães, poupando e investindo os benefícios da prudência e do trabalho árduo. E os gregos poderiam libertar-se das grilhetas da austeridade e ir para a praia repudiando as suas dívidas.

Obviamente que não seria assim. Por um lado, a Alemanha não pode prosperar numa Europa falida. Por outro, o incumprimento é uma solução meramente temporária. Os países devedores não podem adiar indefinidamente as escolhas difíceis. É aí que reside a sedução superficial do nacionalismo: apaga a irritante realidade da interdependência e faz de conta que tudo vai correr bem se os estrangeiros forem mantidos à distância.

O Ocidente está num período de declínio relativo, mas inevitável, ao passo que a Europa dá a ideia de estar em queda livre. Em Pequim, Nova Deli e Ankara fala-se na irrelevância da Europa. Agindo em conjunto, os governos da UE poderão reclamar um papel (significativo) na definição do jogo global. Individualmente, a sua influência é praticamente nula. Como alguém disse, até a Alemanha é demasiado pequena para o mundo.

Cooperação, integração, ou o que lhe queiram chamar, não retira responsabilidade aos governos. Países devedores e credores têm de concordar que vale a pena salvar a UE. Para sustentar a união monetária é preciso que os líderes da zona euro que hoje estão em lados distintos da barricada se unam e defendam o euro. Para isso, porém, têm primeiro de defender a Europa."

Tradução de Ana Pina

Philip Stephens, Diário Económico 

Colaborador do "Financial Times"  

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Manda quem pode


Depois de meio mundo,  dos mais insuspeitos opinion makers  ao Professor Marcelo, nos ter querido convencer que Passos Coelho tinha retirado a confiança política ao Bokassa da Madeira, eis que mister Relves himself veio a terreiro pôr ordem no beco:

- Primeiro, espera que o PSD ganhe as eleições  regionais - portanto apesar de Passos aparentemente ter retirado a confiança ao cacique madeirense, a coisa foi mesmo só para inglês ver..
- Segundo, Passos prometeu que a auditoria às contas da Madeira seria conhecida até ao final de Setembro bem como o respectivo plano de ajustamento que está reservado aos madeirenses.  O esplendoroso Relvas já veio colocar o  Primeiro-Ministro no seu devido lugar:
"A avaliação é um trabalho técnico, não é um trabalho político, trabalho  técnico esse constituído por equipas de variadíssimas entidades, que necessitam  de um tempo razoável para poder fazer a avaliação e para se poder desenhar  depois o programa"

Animado com esta forcinha, Bokassa já voltou ao ataque.  Isto não vai acabar bem.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Neurolépticos precisam-se...



"É tão verdade que Alberto João fez um trabalho extraordinário nos últimos 20 anos para o desenvolvimento e modernização da Madeira, como não é compreensível nem aceitável o que agora se sabe sobre as contas da região". "A pena capital deve ser aplicada a Vitor Constâncio e a José Sócrates".

Morais Sarmento, Expresso.

"As medicações antipsicóticas ou neurolépticos são o tratamento de escolha para a esquizofrenia. Em crises especialmente graves, ou em que não houve resposta às medicações, pode-se fazer uso de eletroconvulsoterapia (ETC) antigamente chamado de eletro-choque".


 imagem daqui

domingo, 25 de setembro de 2011

Há domingos assim...



Prolongo aqui o efeito mágico do concerto de António Zambujo este sábado  na Culturgest. Tenham um bom domingo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Primeira Plateia (32)



Cannonball Adderley -Sax, Miles Davis -Trumpet, Sam Jones - Double Bass, Hank Jones - Piano, Art Blakey-Drums. From the 1958 album Somethin' Else.

Neste dia de início do Outono, uma pausa para saborearmos  Autumn Leaves por estes geniais músicos reunidos neste quinteto de luxo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Smile...



"Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto que começava a ficar verdejante"

Que mais poderemos nós esperar deste Presidente?

Júlio Resende


Júlio Resende faceleu hoje aos 93 anos em Gondomar.
Ver aqui a entrevista do grande mestre das artes plásticas à Renascença.

Escapismo (2)



Para compensar o desconsolo provocado pela entrevista do Primeiro-Ministro que nada acrescentou à monótona arenga do costume,  proponho umas deliciosas Religieuse au Chocolat. Parece-me um bom pretexto para mandarmos a dieta para o espaço, que uma mulher não é de ferro. Bon appétit.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A costa dos murmúrios...


O silêncio é sepulcral lá para as bandas do eixo  Belém - S. Bento, a propósito do bailinho da Madeira.

Pé ante pé


O que mais me meteu nojo foi a desonestidade intelectual com que o assunto foi debatido pela  direita desde a campanha eleitoral de 2009.  Mas eis que a realidade se impõe, pé ante pé ele chegará, e os mais espertos que os outros que quiseram acreditar que era possível ser doutra forma, lá acomodarão mais este sapo nas suas pobres consciências. Entretanto com jeitinho, as duas vias também verão a luz do dia...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Legítima defesa


A tese da "legítima defesa" tem os seus cumplices,  a oposição mesmo a mais   séria que não quer ajustes de contas. Não é de admirar, bem lá no fundo pensam como Jardim, o dinheiro serve é para gastar e os pobres ilheus estavam na linha da frente da luta contra o seu ódio de estimação...:
-  "O Sócrates, o Teixeira dos Santos ...que fez esta pouca vergonha toda à Madeira, tinham uma lei em que o Governo da República podia aplicar sanções sobre o governo regional, se o governo regional continuasse com obras a fazer dívida, porque eles não nos tinham dado o dinheiro e não nos autorizavam a fazer dívida".

Citações

......

"3. Se Cavaco Silva fosse efectivamente o presidente de todos os portugueses e o garante do regular funcionamento das instituições, faria uma declaração ao País sobre o assunto e não insultava os seus concidadãos afirmando que "ninguém está imune aos sacrifícios". Pois claro, os antivírus dos computadores da Presidência são merecedores de proclamações solenes ao País, já a ocultação dum buraco de 1600 milhões de euros merece apenas um comentário na rua.

4. Se Passos Coelho quisesse mostrar respeito pelos sacrifícios dos portugueses, diria imediatamente que Jardim não tem condições para desempenhar o cargo que ocupa, nem tem lugar no PSD. Com que cara nos anunciará novos aumentos de impostos, cortes na saúde, educação ou elementares prestações sociais em prol do equilíbrio das finanças públicas, se continuar a pactuar com quem se está positivamente a borrifar para o destino de todos os portugueses desde que não sejam seus eleitores? Como espera não obter uma risada irónica dos nossos credores quando disser que Portugal não é a Grécia? Que dirão os nossos parceiros europeus quando descobrirem que, apesar de tudo, o partido no poder em Portugal continua a apoiar a candidatura de Jardim ? Se o primeiro--ministro estiver interessado em fazer respeitar o Estado de Direito, não pode mais afirmar que apenas os madeirenses podem definir o futuro de Jardim. Eleições não derrogam leis ou absolvem infracções, convém lembrar. "Quem tem de decidir da confiança política em Jardim é o PSD/Madeira", disse Passos Coelho. Perdão? Não é Jardim militante do PSD? Não tem o apoio do PSD? O PSD/Madeira não faz parte do PSD? Será que o primeiro-ministro não percebe que se não declarar formalmente que considera a candidatura de Jardim um atentado à dignidade do País e não propõe a sua expulsão do partido se torna cúmplice do actual e provavelmente futuro presidente do Governo Regional? Passos Coelho, só ele, tem a palavra.’

Pedro Marques Lopes aqui


domingo, 18 de setembro de 2011

Há domingos assim...



A bem da nossa saúde mental, fiquem na exuberante  companhia do fabuloso Charles Mingus. Um bom domingo para todos.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ajustes de contas...



Quando uma pessoa julga que já ouviu tudo,  a leitura deste inexplicável exercício de equilibrismo político -  Jerónimo critica quem " procura ajuste de contas" com Jardim, -  encarrega-se de nos surpreender. Por mim, e a bem da minha sanidade mental, estou disposta a conceder que sou eu que já não percebo nada disto...

Então ficamos assim...



Para este fim de semana, por razões óbvias, esta é a música mais adequada.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Chegámos à Madeira



Mas já chegámos à Madeira ou quê? costuma dizer-se quando alguém abusa alarvemente de uma situação.
Sim, já chegámos!

Citações


"O haiku europeu
 

A lenda conta que, em Bizâncio, as elites debatiam ainda o sexo dos anjos quando os turcos assaltavam a cidade. Era uma questão de prioridades. A União Europeia é nova Bizâncio: debate a sua crise existencial em vez de combater a essência da crise. Compreende-se agora melhor porque escolheu para seu presidente um apaixonado por "haiku", Van Rompuy. Vítor Gaspar pode querer ser poeta, mas os sete trabalhos que lhe foram encomendados pela Troika assemelham-se mais ao "Inferno" de Dante. Com a Grécia como fantasma, o mais terrível dos equilíbrios é diminuir o défice e fazer crescer a economia para pagar a dívida. Estamos a expiar as nossas culpas. As dos gastos sem nexo mas também as de termos destruído a nossa economia embalados pela entrada no sistema monetário europeu. A complacência europeia para todos compôs o recital. É por isso que dói os alemães virem dizer, com superioridade e aplaudidos por quem gosta de levar no osso sem se queixar, que a culpa é dos molengas do sul. O tratado de Maastricht só regulou uma questão (a da dívida) esquecendo tudo o resto. E com a cumplicidade da política monetária do BCE, que permitiu no início da década de 1990 que se quebrassem todos os tectos de inflação para a ajudar a reconstrução alemã, agravou-se a célebre bolha consumista do sul da Europa.

Alguém se quer relembrar de como tudo isto começou? Deixou de haver espaço para continuar a discutir-se o sexo dos anjos à espera que essa conversa afugente os bárbaros. A Alemanha precisa de decidir o que quer para si, para a Europa e para o euro. Os bárbaros estão já dentro a cidadela." 


Fernando Sobral, Jornal de Negócios
 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A passo de caracol...



Infelizmente com  seis meses de atraso, cá estão eles a caminho. Ainda não vêm de avioneta, mas pelo menos lá arranjaram um skate....

Avioneta, of course


PSL sugere aerodromos regionais...e promete que já não vai andar por aí, agora estará sempre por ali, já sabemos onde.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hemorragia grega



"Há muito tempo que andamos à procura de uma solução para estancar a hemorragia grega. E até agora, como não temos uma solução durável, os mercados  imaginam um cenário de explosão da zona euro".

Nas costas dos outros vemos as nossas .

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

... de cernelha


".... Mário Nogueira considera que houve "resultados positivos" e dá alguns exemplos.
"Os ciclos de avaliação deixam de ser de dois anos, quem já teve observação de aulas não vai precisar de a ter novamente no novo ciclo avaliativo, a desburocratização de todo o processo e a simplificação de procedimentos"
....
...  para Mário Nogueira o processo de negociação do novo modelo de avaliação dos professores "encerrou esta sexta-feira" e apela a que os professores "virem a página para outros problemas maiores que têm pela frente".

Está salva a honra do convento. 

E depois eu é que tenho mau feitio....

domingo, 11 de setembro de 2011

10 ANOS

"Claro que aconteceram algumas coisas boas na América desde o 11/9. Desde logo, Barack Obama foi eleito presidente depois de oito anos de má gestão abominável de George W. Bush e dos seus conselheiros, e fez o que pôde para trazer alguma inteligência e sensibilidade às políticas externas e internas Americanas. Ainda assim, fazendo um balanço, não posso dizer que a América seja um lugar mais simpático e mais solidário para viver do que antes do 11/9. Pelo contrario, acho que se está a afastar cada vez mais dos valores democráticos dos fundadores dos EUA. E se Barack Obama não for reeleito no próximo ano – se os Republicanos chegarem à Casa Branca – aí tenho tenho realmente medo do destino da América e do mundo."

Richard Zimler 

excerto de texto retirado daqui

foto: Mario Tama/Getty Images

sábado, 10 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Coitus interruptus


A partir de agora e à conta dos abortos que campeiam no governo lá teremos de incrementar as velhas técnicas...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Inscrição


Chocas - Ponta da Carrusca, Moçambique


 
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto ao mar

Sophia de Mello Breyner Andresen, livro Sexto

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Zzzzzzzzzzzz


"É mais fácil anunciar de cortes de despesa, do que garantir que eles ocorrem", garantiu o Ministro Vitor Gaspar na sonolenta entrevista ao subserviente José Gomes Ferreira da SIC.
Pode parecer uma verdade de La Palisse mas não é. O homem defende-se.  Afinal não foi ele que andou na campanha eleitoral a rasgar as vestes com o corte nas gorduras do Estado e a dizer que estava tudo estudado e preparado. Portanto sobre as ditas gorduras continuamos a zzzzzero. Aguardemos pelo  coro do  cavaquistão que já saiu a terreiro afinado e a cantar pela pauta.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Entregues à bicharada



As notícias que nos chegam dos mercados são de estarrecer. Seria por isso de elementar patriotismo que o primeiro-ministro de Portugal tivesse ido a Berlim defender os interesses portugueses, mantendo a posição favorável aos Eurobonds. Mas já se percebeu que o fraco rei faz fraca a forte gente..,  é forte com os fracos e fraco com os fortes.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Leituras


""Pronto, um celacanto, e depois?" Eis uma significativa colher que redemoinha na chavena de café de Jacinta até mais o aquecer pelo atrito, dingue-lingue, e já está em brasa outra vez. "Não digas mais nada! Não te atrevas!" - Era Jacinta agora, de colher em riste, apontada ao meu sobrolho. Havia um inquietante resplendor de beleza naqueles olhos pretos, matadores, e na boca franzina em fúria. O instante valia bem um celacanto. Mais do que a ouvir, eu deliciava-me a olhar para ela. Nunca tinha apreciado, em melhores horas, estes tentadores momentos de cólera. E o celacanto, bem entendido, o que era?
Um peixe. Existe na terra há mais de setenta milhões de anos, mas nunca demos por isso. Surgiu primeiro aos observadores em forma de fóssil, sumido e trabalhoso.  Considerou-se exinto, lá para as funduras dos antedilúvios primordiais. Até que um dia se descobriram celacantos vivíssimos da costa a serem pescados no Canal de Moçambique. Iguaizinhos aos fósseis, mas com mais energia. São desconformes, largos, pardos, feios e sofrivelmente comestíveis. Jacinta leu uma reportagem em qualquer lado e teimou que precisava de um celacanto para honrar a exposição. Questão de dias, achar contacto em Moçambique e negociar uma transferência do celacanto, em bojo de avião, num tanque especial com a inscrição "xarroco tropical". Foi um negócio caro e escuro. Ao que parece, o celacanto está planetáriamente protegido. Mas o patrocinador da expedição, um construtor civil ligado ao futebol, e com interesses em África, achou graça à ideia. E assim, o "xarroco tropical" desembarcou no aeroporto de Lisboa, marchou num contentor até à Escola Politécnica e foi despejado num aquário com todos os requisitos. Passou a ser celacanto outra vez.
- E estava de boa saúde, o bicho? - perguntei eu.
- É melhor vires ver! - respondeu Jacinta. Eu protestei. Não queria ver peixes doentes. Jacinta derribou mais o sobrolho.
- Anda daí."

Mário de Carvalho, excerto de O Celacanto, in O Homem do Turbante Verde

sábado, 3 de setembro de 2011

Primeira Plateia (31)



Depois de um Agosto cinzentão, vêm aí uns dias de sol. Tanto melhor para quem como eu ainda tem uns dias de férias antes de fechar o Verão.  Desejo a todos um excelente fim de semana, com as fabulosas Dee Dee Bridgewater e China Moses.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uma espécie de um supôr

"Houve uma espécie de 25 de Abril?

Eu ainda sou do tempo em que, bem jovenzinha por sinal, nos juntávamos na casa uns dos outros para ler e discutir o "Processo Histórico".
Esta geração JOTA  que em 74 mal tinha nascido, passou o tempo nas intrigalhadas  partidárias para finalmente chegar ao poder. O resultado é devastador. Como dizia o Jô Soares,  a ignorância da juventude é um espanto...! 

São as voltas da canalha



O Nogueira andava a ver se se conseguia escapulir à manif, mas lá teve de ser, há que manter as aparências!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O colossal flop



O Ministro das Finanças, com aquele ar cândido de menino bem comportado meio sonso, declarou como se acabasse de descobrir o princípio do universo, que "a situação na Madeira é de crise e é insustentável".  Estou desconfiada que o jardineiro em chefe não deve ter gostado e prepara-se para o desmascarar publicamente como o elemento socialista maçónico troikista undercover,  designado para o tramar, a ele e à Madeira. Mas, fora aquela declaração absolutamente bombástica, o senhor ministro aos cortes da despesa disse nada . Ou melhor, disse o costume, que o futuro a Deus pertence.