quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Bom Ano!




A todos que por aqui passam, desejo um ano muito feliz, com saúde e muita energia para corrermos com a corja. Bem hajam!

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Pincelada a traço grosso



O ano que agora finda não deixa saudades à maioria dos portugueses. Foi ano em que tudo se conjugou, desde os efeitos do enorme aumento de impostos que atormentou a classe média e sufocou as famílias, que o Serviço Nacional de Saúde rebentou pelas costuras, que o caso dos submarinos foi arquivado sem que se soubesse quem eram os três da vida airada que se aboletaram com 16 milhões de euros de comissões, o processo convenientemente arquivado,  que o BES colapsou arrastanto consigo a jóia da coroa PT, e acaba em pesadelo com um ex-primeiro ministro preso preventivamente. Ah e o caso dos vistos Gold que como  por encanto parece ter deixado  de interessar as primeiras páginas do jornais. No final deste ano, sabemos que partiram para a emigração forçada mais de 300 mil portugueses, a maioria jovens licenciados, crime de lesa pátria que deixará marcas profundas no tecido social e no desenvolvimento do pais. 2015 está a entrar por aí dentro, com eleições Grécia, já em Janeiro, em Espanha e em Portugal. Parar o massacre é uma questão de sobrevivência. Até já!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Terra queimada



Lê-se e não se acredita. O Corpo de Intervenção da PSP está em alerta máximo por causa da prova dos professores que hoje se realiza. Confima-se que a marca deste governo se caracteriza por uma prática anti-democratica, autoritária, uma completa ausência de cultura pedagógica, incapaz de promover  o diálogo e a concertação. Isto é uma vergonha que nos faz recuar 40 anos. Cada dia com esta gente ao leme é uma pedra no futuro do país.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Dia feliz!


Abriram-se as "algemas da historia". Será esta bela metáfora de Obama que ficará na História,  juntamento com Raúl Castro, pelo reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA. Os velhos do restelo para quem nunca nada é suficiente  já se apressaram a dizer que o republicanos, mas que sim mas que também...não ficarão na história. Na relação entre os dois países, nada voltará a ser como dantes.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A besta negra



Vivemos tempos de chumbo. Com a classe média brutalizada e empobrecida pelas medidas do governo além da troika, os valores democráticos da tolerância e de respeito pelo estado de Direito têm vindo a perder terreno para o populismo e extermismo.  Na semana passada Sara Vasconcelos  foi violentamente agredida por um taxista no Porto, depois de se ter despedido de uma amiga com um beijo na boca. Mas o caso que está ao rubro é o da entrevista recusada a José Socrates. A este propósito recomendo a leitura do postal do insuspeito José Manuel Correia Pinto
A verdade é que o país está sedento de bodes expiatórios e todo o circo mediatico criado à volta deste caso, cumpre às mil maravilhas os propósitos de quem nada tem para oferecer para além do embrutecimento e revanchismo de um povo à deriva e sem perspectivas de futuro.
Temo que nada disto vá acabar bem.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

"Voando sobre um ninho de cucos"


Sobre o caso BES e a  Comissão Parlamentar de Inquérito que ouviu na semana passada os ex-donos disto tudo perante uma audiência televisiva embasbacada de milhões de portugueses, escreve Tomás Vasques:

"Como se lembram, dias antes, o senhor Presidente da República, nos confins do mundo, na Coreia do Sul, tranquilizou a família, os amigos e demais interessados. Com ar circunspecto, disse: os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo dado que as folgas de capital são mais que suficientes para cumprir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa. Sublinho: podem confiar, mesmo na situação mais adversa.
Também o senhor primeiro-ministro, na mesma altura, garantiu aos portugueses: Não há nenhuma razão que aponte para que haja uma necessidade de intervenção do Estado num banco que tem capitais próprios sólidos, que apresenta uma margem confortável para fazer face a todas as contigências, mesmo que elas se revelem absolutamente adversas, o que não acontecerá com certeza.

Afinal, o podem confiar e o que não acontecerá aconteceu. Dias depois, facto insólito, Marques Mendes, o porta-voz disto tudo, anunciava que o BES se finara. No dia seguinte, o governador do Banco de Portugal confirmou oficialmente o óbito.

Nesta missa do sétimo dia, mereceu inusito destaque, a semana passada, a audição circense a Ricardo Salgado.

Despudoradamente intrometido, o primeiro-ministo indicou aos seus deputados o caminho para a verdade. Disse: Concentrem-se no Espírito Santo. Ora, este é exactamente o caminho oposto ao que devia ser seguido. O que está em causa é a avaliação do comportamento do poder político e do governador do Banco de Portugal neste processo desde meados de 2013 e, sobretudo, entre as declarações de Cavaco Silva e Passos Coelho e o anúncio da morte.

As razões da morte súbita do BES, no tempo e nas circunstâncias que conhecemos, ficarão eternamente por esclarecer, na medida em que o que está por detrás das cortinas só pode ser esclarecido pelo governo de Angola, pelo primeiro-ministro e ministra das Finanças e por Durão Barroso. O resto não passa de tricas no seio da família Espirito Santo sobre boa e má gestão, as quais não deviam merecer a atenção do Parlamento."


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O país em roda livre


Diz que há uma quantidade indeterminada de agentes da Autoridade Tributária investigados por terem consutado os dados fiscais de Passos Coelho, que estarão a ser alvo de processos disciplinares. A primeira pergunta a fazer é,  só AGORA é que foi dado conta de que há agentes que acedem indevidamente ao dados fiscais de DETERMINADOS contribuintes? Quer-me parecer que há uma quantidade indetermianda de agentes que das duas uma, ou são burros como uma porta e julgaram possivel consultar dados fiscais sem deixar rasto, ou estiveram durante demasiado tempo habituados à impunidade ou mesmo à cumplicidade do sistema para bufarem informação sigilosa da vida dos contribuintes. Sinceramente não sei determinar qual das duas é melhor...mas lá que esta situação é a ponta do icebergue de que este pais está em roda livre, disso não tenho dúvidas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

All in the family



Não tenho seguido pela TV a novela das audiênções da comissão parlamentar de inquérito ao estoiro do BES/GES. Felizmente tenho outros afazeres que me impedem de estar pregada no sofá a seguir as inquirições e declarações de gente feia de fugir a sete pés. Leio hoje na impresa que ontém foi a vez do primo Pedro Queiroz Pereira que pôs a boca no trombone quando se sentiu ameçado pelo ex-DDT. Ora bem, disse PQP "eu já percebia que as coisas não corriam bem no GES há muitos anos", mas só se picou quando Ricardo Salgado se preparava para controlar a SEMAPA com a compra "às escondidas" das posições das primas, ou seja das irmãs de PQP. Ora Ricardo Salgado tinha apresentado na comissão de inquérito uma versão bem mais benigna, segundo ele teria agido como uma espécie de protector dos interesses das primas. Perante isto PQP lagou a bomba. As imãs de Ricardo Salgado, suas primas, eram obrigadas a cozinhar bolos pela noite dentro para os venderam de dia às pastelarias, sem que Ricardo Salgado se preocupasse com a sua sorte. Entramos pois no domínio da farsa. PQP pretende assim lançar o opróbio sobre o trabalho honesto de umas tias de Cascais que o mauzão do Ricardo deixaria entregues a trabalho clandestino para sobreviverem. Por mim espero que haja um argumentista e um realizador de cinema talentosos para retratar em filme o grande drama do Século XX português - ascensão e queda dos Espíritos Santos. Está lá tudo, poder, vingança, traição, ciume e amor. Se investigarem bem  outros podres surgirão para alimentar o drama.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Eles lá se governam


Entramos em modo natalício. Hoje quando cheguei ao escritório o número de emails tinha caído drasticamente. É uma época propícia a malabarismo políticos e engodos vários, as pessoas estão fartinhas deles até aos cabelos, a temperatura desceu em todo o território para níveis próprios da época e, quem ainda pode, tenta animar-se com a perspectiva do Natal em familia. Retomam-se os almoços e jantares de natal, reuniões de amingos que só de ano a ano se reencontram, mais velhos e mais fartos da corja, sendo que a corja para muitos é o sentimento difuso de repulsa da toda a classe política no seu conjunto, eles lá se governam.
Assim parece. Escritório ligado a Marques Mendes tratou de um em cada tês casos de vistos "gold". O Escritório  Abreu Advogados, de que Marques Mendes é consultor desde 2012, patrocinou 200 processos de pedidos de autorização de residência em Portugal. Esta notícia que foi publicada a 5/12 pelo site do Diário de Notícias, foi apagada no mesmo dia.  Felizmente que hoje em dia é muito difiil retirar da net qualquer notícia. Ela aqui está recuperada . A pergunta que se impõe é a de saber porque razão o DN a retirou. 
Eles lá se governam...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O estado de Citius


Continuamos em estado de Cituis. Como diz Mouraz Lopes ao Diário Económico:

"Três meses após o colapso do Citius, ainda há problemas nos tribunais?

- Infelizmente, muitos. Essa é a parte negra. A reforma, na prática começou apenas há um mês e tal e ainda há muitos processos por distribuir, muitos processos para arrumar. Há vários pequenos erros de distribuição que, multiplicados por muitos tribunais, dá muitos problemas. Há o problema das instalações: temos situações graves, como Loures, Vila Franca de Xira, Beja, Setubal, Covilhã, Faro, Oliveira de Azemeis ou Porto. Estes tribunais não têm condições físicas para a reforma judiciária que foi criada.

- Não há condições para fazer a reforma?
- A reforma tinha de ter um suporte económico e de recursos humanos suficientes. Há um problema gravíssimo. Só não viu quem não quis. A falta de funcionários não permite fazer a reforma. Há muitos tribunais que não têm funcionários e isto é dramático. As coisas não estão a funcionar como deviam. É preciso ver o que está mal e corrigir rapidamente.

- Corrigir como?
- É necessário desbloquear rapidamente a verba para o concurso de funcionários. Não podemos gastar mais tempo. Ou há dinheiro para as coisas serem feitas ou vale mais a pena não fazer. Quem vai apanhar com os estilhaços é quem está nos tribunais e os cidadãos. Passaram três meses e nós continuamos sem saber o que aconteceu com o Citius..."

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A galinha dos ovos de ouro



O negócio da Saúde está bem e recomenda-se. O primeiro-ministro na inauguração de um novo hospital privado em Vila do Conde, disse sem se rir que o seu governo "salvou" o SNS, ao mesmo tempo que assegurou o mercado que pode contar com o incentivo activo das políticas do governo. Na sua atabalhoada forma de comunicação, tropeçando constantemente nas palavras, Passos Coelho foi no entanto claro quando anunciou que a sua intenção é privatizar todo o sistema de Saúde. Na ótica do governo o que será desejável é o Estado deixar de ter directamente encargos com a a saude, deixando ao cidadão a "liberdade" de escolha, reservando ao Estado o papel de financiador dos Hospitais Privados. Disse ele " seria na mesma o Estado a garantir atravéz dos impostos, o acesso aos cuidados, mas não tendo encargos fixos", para logo a seguir acrescentar "o que nos impede é termos investido durante muitos anos em equipamentos e serviços de saúde, mas devemos criar progressivamente condições para que essa liberdade se possa materializar". 
No conjunto da UE, os portugueses são os cidadãos que mais dinheiro do seu bolso gastam com a saúde. Depois do cheque ensino em que o Estado financia as escolas privadas com o dinheiro dos nossos impostos, a saúde será o passo seguinte. Se os deixarmos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Stocks de incompetência



O impeniente Primeiro Ministro saiu-se ontém em Castelo Branco com mais um das suas tiradas que ficariam na história do anedotário nacional caso a personagem tivesse dignidade suficente para vir a ficar na História. Depois de ter andado a apregoar que o país tinha licenciados a mais e a mandá-los emigrar, depois de ter reduzido a cinzas os programas de qualificação e formação de adultos,  Passos Coelho teceu considerações sobre o  "problema de stock acumulado que trazemos todos às nossas costas", referindo-se às gerações menos qualificadas. Quem lhe atirasse com um stock de panos encharcados às trombas ainda era pouco. O Primeiro-Ministro assemelha-se a um atirador furtivo, que depois de ter feito implodir o sistema de ensino, empobrecido o país e as famílias, atira irresponsávelmente a tudo o que mexe sem qualquer coerência nas políticas que propõe. Tudo não passa de sound bits para encher telejornais até às eleições.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O estranho caso dos jogos da RTP



Isto há coisas do arco da velha. Entranhei  que a RTP tivesse disponibilidades financeiras para concorrer com as tv's privadas aos  direitos televisivos da Liga dos Campeões, tendo mesmo coberto a oferta da TVI. Cheirou-me a esturro. A actual maioria desde o ínicio do seu mandato manifestou vontade política de privatizar a RTP, tendo o ex-ministro Miguel Relvas tendo feito desse propósito um cavalo de batalha da sua acção política, argumentado que o dinheiro dos contribuintes não podia ser utilizado para pagar desvarios, como é que era possivel vir agora a administração fazer um negócio milionário? Então não é que agora o Conselho Geral Independete , ou seja o governo por interposta pessoa, vem dizer que não aprova o plano estratégico, que não soube de nada e prepara-se para correr com a Administração? Poiares Maduro já disse que não tenciona assinar o contrato de concessão de serviço público com o actual conselho de administração. A crer no desfecho inevitável a corda esticou para o lado da Ponte. O Governo, ai desculpem, o CGI, prepara com todos os matadores o ano eleitoral que se avizinha...

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Anibalidades



Diz que sua Anibalidade recomendou aos investidores dos Emirados Árabes Unidos  que investissem em Portugal garantindo que, tal como num conto das mil e uma noites, aqui encontrarão tudo aquilo com sonham os árabes: Sol, mulheres bonitas e cavalos, não necessáriamente por esta ordem. 
Se isto fosse um país normal, decente, com um mínimo de orgulho de si próprio e com cidadania activa, sua Anibalidade já teria apresentado a renuncia ao cargo que tão mal exerce. Mas somos isto se vê e sabe e tudo continua nesta apagada e vil tristeza em estado de pesadelo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Pão e circo


"O país tem sido alvo de um conjunto de terramotos. Este caso [Sócrates] é o mais mediático e o mais emocionate para o país. Mas o caso mais preocupante para o futuro das instituições é o dos vistos gold. Esta ideia de, pela primeira vez, haver um processo que vai ao coração da administração do Estado, preocupa-me mais". 


Entretanto quatro meses depois da detenção para interrogatório o mesmo Juiz Carlos Alexandre enviou duzentos  inspectores da PJ realizar buscas na casa e escritório de Ricardo Salgado que pagou uma caução milionária para não ficar em prisão preventiva. Isto seria cómico se não fosse trágico.


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Processo (1)


Mário Soares, figura tutelar do regime democrático, pai fundador do Partido Socialista, visitou hoje José Socrates na prisão de Évora. O velho combatente, à beira de cumprir 90 anos, não deixa os seus créditos por mãos alheias. Um homem com H grande, vertical, concorde-se ou discorde-se do que diz.

Entretanto parece que já ficaram pelo caminho as suspeitas de tráfico de influência... O Ministério Público diz que temeu que José Sócrates, depois de ter regressado de Paris para se entregar à Justiça, destruisse provas. Ora bem, depois das buscas que foram feitas à residência de JS que provas é que haverá susceptíveis de serem destruídas? A exemplo de outros casos lamentáveis, prende-se primeiro um ex-primeiro ministro e só depois se averigua? Pena o Banco de Portugal não ter seguido o mesmo método, se não tivesse deixado Ricardo Salgado à solta na Administração do BES o banco não teria estoirado nas ventas dos portugueses. E já agora, para Ricardo Salgado não há o perigo de destruição de provas? ou o pagamento de uma indemnização milionária "paga" as provas que forem eventualmente destruídas"

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O estupor



Com o circo mediatico montado desde a manga do avião que transportou José Sócrates de Paris, as TVs informadas a cobrirem o acontecimento, era óbvio que as medidas de coação já estavam pré-determinadas. O circo mais não fez do que preparar a opinião pública para a inevitabilidade da prisão preventiva, devido a  perigo de perturbação de inquérito.

Portugal vive um momento particularmente delicado,  diz Francisco Seixas da Costa  num artigo intitulado "Reputação":  "Se, apesar do efeito reputacional destes eventos, o país não se afundar perante o mundo, só uma conclusão é legitimo tirar: já não somos nós que nos sustentamos perante o mundo, é apenas a nossa irrelevância no jogo global que nem sequer nos permite sermos sujeitos da nossa própria crise. Porventura é melhor assim."

Para o PS chegou o momento de arrumar a casa com discernimento, clarividência e determinação. Diz Pedro Lains , não se pode defender publicamente o ex-primeiro ministro e querer promover a eleição de António Costa.  

Está em causa a defesa do País, do regime democrático e do Partido Socialista.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Affaire Lello


Já dizia a minha avó, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga.
José Sócrates, o tão mal tratado ex-Primeiro Ministro, acabou em 2005 com as subvenção vitalícias a antigos detendores de cargos políticos, sem efeitos retroactivos, ou seja, quem já tinha, manteve, acabando para o futuro com esta subvenção. Uma vez que a poeira acabou de assentar e o bom senso voltou às galerias de S. Bento,  é preciso ser dito que não era a alteração esta resolução que esteve em causa durante todo o dia de ontém. O que esteve em causa foi a elementar falta de bom senso dos lellos deste mundo, foi o autismo técnico de argumentos de gente que surpreendeu pela falta de sensibilidade política. Foi triste.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

No país dos lentes



É um pouco caricato assistir ao grande o coro embriagado de elogios, à esquerda e à direita do especto político, ao notável CV da nova Ministra da Administração Interna. Naturalmente que ter um curriculum de Lente de Coimbra, não será uma desvantagem, mas constituirá uma vantagem? Ao que parece a senhora do alto das suas competências académicas,  não possui o essencial: nem peso político nem perfil técnico para a pasta da Administração Interna. Quanto a eventuais qualidades políticas, duvido que tenha tempo de as revelar. A verdade é que não se percebe o que leva uma académica a integrar um governo moribundo pelo periodo de 10 meses...! O que é estranho é a oposição não dizer o óbvio, tendo até o BE "elogiado" o facto da nova titular da pasta ser "mulher". E se fossem levar com um pano encharcado nas trombas? E, para quem não tenha memória curta, lembram-se do coro embascado de elogios ao CV de Poiares Maduro, que até veio de Florença, selo de garantia de qualidades académicas, por comparaçãpo com o defunto Relvas ? Somos assim, tristemente embasbacados com os Lentes de Coimbra...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Parabéns João Vaz!


Notícias que não passam nas tv's que nos  massacram diáriamente  com informação futebuleira. João Vaz conquistou duas medalhas de prata no México e as TVs não estavam lá. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A demissão


Finalmente alguém bate com a porta e diz claramente ao primeiro-ministro que há limites que não podem ser ultrapassados sem que se atinja gravemente a dignidado do Estado, a autoridade dos agentes políticos e a credibilidade das instituições. A demissão de Miguel Macedo cumpre os mínimos dos mínimos, é uma atitude elementar em qualquer estado de Direito e só provoca uma onda de surpresa e de "elogios" porque em Portugal se atingiu o grau zero da política. Mas como bem salienta Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, Miguel Macedo deixa uma bomba ao retardador. Veremos como Passos Coelho irá sair-se do seu próprio novelo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O terramoto insano


Portugal assemelha-se a um manicómio em que os loucos varridos gozam de perfeita liberdade e impunidade tendo fechado à chave a população indefesa, que massacra com as mais crueis vilanias. A ministra Teixeira da Cruz faz o papel de guarda do manicómio. Guarda a chave, inventa cabalas e sabotagens delirantes enquanto atormenta os pobres internados gritando-lhes diáriamente, "acabou a impunidade". O Crato qual  nerd sabichão, culpa o algoritmo para se desresponsabilizar do caos provocado no início do ano escolar.  O ministro unicer vai para a Assembleia da Republica  carregando uma grade de minis, provocando o espanto e o delírio entre os deputados. O alegado Primeiro_Ministro, a propósito do maior surto de legionella da história da humanidade a acrescer ao variado role de enormidades com que frequentemente brinda os portugueses, afirmou no seu linguajar aos supetões "acabaram-se as inspecções para justamente reforçar a capacidade de inspecção e de prevenção destes casos". Tratando de  reforçar o clima de insanidade, o Ministro da Saúde decreta que a resposta ao surto de legionella é um "sinal de vitalidade" do SNS.  Finalmente e para não desmerecer da tormenta geral, fomos invadidos pelos fumos intoxicantes da operação vistos Gold, cujos estilhaços atingem o circunspecto MAI.
A presidir a este manicómio, em  Belém paira uma figura sinistra cujo único propósito é passar por entre os escombros do terramoto.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A inventona



" A sabotagem no Citius foi uma invenção do ministério da Justiça para manipular a opinião pública a seu favor, criando bodes expiatórios, tendo por objectivo queimar duas pessoas na praça pública". É esta a acusação proferida pela Ordem dos Advogados, referindo um eventual crime de denúncia danosa, depois de divulgado o despacho de arquivamento da PGR. Paula Teixeira da Cruz é hoje uma ministra só, perdida sob o fogo  da Magistratura e dos partidos, mantida exclusivamente pelo primeiro-ministro que decretou que ninguém sairá vivo ou morto do atoleiro deste governo, até ao dia das proximas eleições. O despudor arrogante com que se referiu no Parlamento aos seus servidores no ministério da Justiça, dão a medida do seu caracter moral, cívico e político e do estado de salve-se quem puder a que isto chegou.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A desavergonhice dos tachistas



Assistiu-se ontem no espaço mediático a uma histeria homérica a propósito da taxa turistica de um euro que António Costa irá introduzir em Lisboa a partir de 2015, para todas a chegadas ao aeroporto e porto de Lisboa e em 2016, um euro nas dormidas em hoteis até um máximo de 7 euros.

O mote para a histeria foi dado pelo irrevogável Portas que agitou o papão da morte  galinha dos ovos de oiro, seria cómico se não fosse proferida por um membro do governo que privatizou a ANA onde  desde então as taxas de aeroporto já aumentaram sete vezes, aumentou 10% a taxa de IVA na restauração, que vai cobrar a todos os portugueses e aos turistas uma taxa de 10 cêntimos por cada saco plástico, que aumentará os combustíveis entre 5 e 6,5 cêntimos por litro em 2015, etc, etc a lista é longa.

Uma campanha de diatrites desproporcionadas e inqualificáveis no próprio dia em que se soube que o surto de legionella já tinha atravessado fronteiras, que a Organização Mundial e Saúde considerara como "uma grande emergência de saúde pública" sem que o irrevogável Portas tenha dado um pio sobre o impacto deste surto nos fluxos de turistas e na reputação do país como destino turistico seguro.

Uma campanha histérica só possivel num país de parolos, onde parece que se desconhece que a nossa vizinha Catalunha cobra uma taxa diária de 6 euros, Bruxelas 5 euros, já para não referir os 12 euros de Nova York, pratica comum em todas as grandes cidades europeias como Paris, Roma, Veneza e onde Lisboa como grande destino turistico europeu é  a grande excepção.

Uma histeria só possivel num país onde o governo trata os cidadãos como mentecaptos ignorantes e estes se deixam manipular. Foi inacreditável assistir ao desvario argumentativo de muita gente que considero sensata, como se de repente lhe estivessem a arrancar as unhas. Eu sei que estamos todos a precisar de travar um boa guerra, cansados e frustrados com tanta incompetência e massacre diários na nossas vidas, mas convém termos a clarividência de a escolhermos com cuidado.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Anibalidades




Sua anibalidade o presidente da républica perguntava ontém num tom entre indignado e o incomodado o que andaram a fazer os gestores e accionistas da PT. Sua anibalidade pretendia assim mostar o seu desagrado pelo inevitável desmembramento da PT, deixada entregue à voragem dos mercados. Será talvez útil sugerir a sua anibalidade que chame a Belém com caracter de urgência um tal Zainal Bava que sua anibalidade condecorou no passado 10 de Junho , alegadamente pelas excepcionais qualidades de  gestor e de serviços prestados ao país. Sua anibalidade é uma vergonha nacional. É um desespero ter de o aturar até 2016.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Legionella e a crise



Por estes dias não há ninguém que não tenha já ouvido falar na Legionella. E no entanto todos os anos morre gente infectada por esta bactéria, com a diferença de que nunca tinha ocorrido um surto epidemiológico com a expressão da que  ocorre no Concelho de Vila Franca de Xira. A Legionella é uma bactéria que se desenvolve entre os 18º e os 45º, portanto no meio de temperaturas consideradas moderadas. Pelos dados da imprensa o pior ano foi 2012 com um total de 153 internamentos e 12 obitos. Ora, comparando com 2014 que regista neste momento 180 casos dos quais 160 confirmados e quatro obitos,  há aqui uma discrepância, ou os casos deste ano estão todos concentrados neste surto, ou falta-nos elementos relativos ao resto ao período de Janeiro a Novembro, ou presume-se que entre Novembro e Dezembro ocorram muitos mais casos. Mas o meu ponto é outro. O que quero salientar é que esta é uma bactéria que ataca em tempos de crise, porque as empresas e instituições deixam de fazer os controlos sanitários e ambientais a que estão obrigados por lei, contratam prestadores ao mais baixo preço sem garantia da qualidade da prestação de serviços, e toda a gente assobia para o lado como se não tivesse nada a ver com nada. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ai Timor....



Para variar o Portugal de Passos e Machete está novamente envolvido numa querela diplomática muito feia, desta vez com Timor Leste. Fala quem sabe sobre questões e meandros diplomáticos e a competência ou ausência dela na forma de lidar com a situação, refiro-me a Francisco Seixas da Costa  .
Portugal  de calças na mão, com o governo a ver navios...

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Somos mansos, lá isso somos...



Chama-se Eva Cabral, faz parte da célula laranja do Diário de Notícias que abancou com armas e bagagens no jardins de S. Bento na quota de Passos Coelho. Nunca li qualquer escrito da criatura e palpita-me que não perdi grande coisa. Na visita oficial do Primeiro-Ministro aos Açores, a dita senhora, que ocupa as funções de assessora de Passos Coelho dos assuntos sociais, provocou a estupefaçao dos presentes no autocarro que conduzia a comitiva ao aeroporto do Pico. Por qualquer razão o motorista terá hesitado, tendo a brutamontes investido - avance imediatamente, porque eu estou a mandar - , para logo a seguir ordenar - pare já o autocarro e abra a porta imediatamente - rematando com duas orelhas e um rabo - isto com gado corria melhor. 
O pobre motorista, habituado à pacatez e cortesia dos costumes insulares terá confessado que nunca tinha sido tão humilhado. Diz que no autocarro ninguém tugiu nem mugiu...

PS: a este propósito, deixo o link para um artigo do Tomás Vasques, que só li depois de publicado este post.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Notícias do manicómio



Voando sobre um ninho de cucos, o filme do genial filme Milos Forman, parece uma brincadeira de crianças comparado com estado de citius e a insanidade que campeia no gabinete da alegada ministra da justiça. A situação é preocupante, mas já se percebeu que o fanático furioso instalado em S. Bento não lhe porá cobro, receando que o castelo de cartas do seu desgoverno caia na rua com estrondo...

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ainda há governo?


Turner, the Battle of Trafalgar, (1806)

Os desmandos alucinados nos vários sectores da governação, da justiça à educação, passando pelo palhaço animado das Necessidades,  chegaram a um ponto de saturação tal que faça o governo o que fizer, o povo prossegue a sua vidinha diária como pode, votando-lhes um olímpico e mal disfarçado desprezo. O rasto de destruição que será deixado pela passagem deste ciclone  na vida dos portugueses, levará décadas a ser recomposto. O Primeiro Ministro encontra-se literalmente barricado em S. Bento, tendo atado à cintura os seus ministros qual cinto de bombas a explodir. Quando cair um, caem todos. De outra forma não se entende que continue a segurar o palhaço animado dos Negócios Estrangeiros, o caso patológico da alegada Ministra da Justiça em total negação a queraer endossar responsabilidades pela sua própria incompetência, já para não referir por mais que estafado, o caos absoluto verificado no arranque do ano escolar com o Ministro a prometer que para a próxima não haverá mais "experimentalismo". Como diriam os nossos irmãos brasileiros:  só contaram pra você...!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"Socialistas, morte natural ou eutanásia?"



"Esta inclinação da maioria dos socialistas e sociais-democratas europeus para pensar como a direita, este acomodar ao "realismo" da ditadura do dinheiro sobre a dignidade dos cidadãos, sobretudo os mais desprotegidos, não vai dar bons resultados. Deixa milhões de pessoas, por essa Europa fora, sem esperança, nem representatividade política. Se esta eutanásia acontecer, um turbilhão de novas esperanças pode varrer os socialistas do mapa político da Europa. Citando a última frase de "Cem anos de Socialismo", de Donald Sassoon: "Todos quantos têm mostrado simpatia para com o projecto socialista, que têm sofrido com as múltiplas prevaricações, os constantes compromissos e as hesitações estultas dos partidos organizados, não devem esquecer que, apesar de tudo, esses partidos são a única esquerda que resta". Agora cabe perguntar: até quando?"

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A cambalhota



O desgoverno perdido no labirinto do Orçamento de Estado para 2015, veio anunciar pela boca do ministro Mota Soares, o descongelamento das reformas antecipadas a partir de 1 de Janeiro, verificado o pressuposto de 40 anos completos de descontos para a Segurança Social. É muito interessante verificar esta cambalhota do governo relativamente às reformas antecipadas. Durante três anos o governo recorreu ao mantra do papão da insustentabilidade da segurança social,  cortou pensões de valores absolutamente miseráveis, aumentou a idade da reforma, penalizou os pensionisas e reformados com taxas e sobretaxas. A casa vinha abaixo, era preciso congelar e cortar ,cortar, cortar. De repente o governo tira um coelho da cartola, naturalmente pressionado pelos patrões que se querem ver livres dos velhos caros e ainda com alguns direitos, para os substituir por jovens ao preço da uva mijona. De repente a sustentabilidade da segurança social parece estar garantida, aleluia!, a partir dos 60 anos  vai ser um vê se te avias de velhotes a solicitar a pensão de reforma a 6% de penalização por cada ano até à idade de 66 anos. A verdade é que o governo anda a ingerir substâncias estranhas, olha para o país através da imagem distorcida produzida por essas substâncias e ninguém o informa que o seu prazo de validade há muito que expirou.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Troca de princesas

Caravaggio - "Salomé com a cabeça de São João Batista"

Uma exposição de 140 obras para contar uma História de Mulheres, diz o Público. Caravaggio, Diego Velázquez, Francisco Goya, Ticiano, Tintoretto, Rubens, El Greco, um privilégio que a Fundação Gulbenkian nos oferece até 25 de Janeiro. A não perder.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Saída pela porta pequena




Se dúvidas houvesse sobre o miserável legado que Durão Barroso deixa à contrução da União Europeia na hora da despedida, o demolidor artigo do jornal "Liberation", não poupa o homem e o político. Um personagem obsecado pela manobra política, movido exclusivamente pela ambição pessoal de poder, constantemente disponível para negociar tudo e mais alguma coisa, para quem o essencial é absolutamente descartável. Em bom portugês, alguém para quem nada é sagrado, capaz de vender a mãe se isso lhe for útil. O Liberation salienta em particular o papel de Barroso e da Comissão  durante a crise do Euro a qual teve em relação aos países da periferia uma posição mais fundamentalista que o próprio FMI.
Dá vontade de perguntar a Francisco Assis, qual foi a parte do legado de Barroso na CE que ele não percebeu.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

A salsicha educativa



O alegado primeiro ministro elogiou ontém Nuno Crato saudando-o como  uma das pessoas que não sacodem as responsabilidades do pacote.  O homem queria dizer capote, mas  lá está, o problema que tem no relacionamento com a sua própria salsicha educativa dá-lhe cabo dos nervos, qualquer coisa como o para trás mija a burra que lhe ocorre amiúde em campanha eleitoral. 
Estamos nisto, quarenta dias depois do início do ano escolar ainda faltam colocar 2000 professores.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Eleições na Primavera



Foi dado o tiro de partida pelo patronato para o Presidente convocar eleições antecipadas.  Veremos como irá reagir a múmia de Belém à pressão que  íra seguir-se por parte dos diversos quadantes da sociedade portuguesa. Ontém já era tarde. Agora que o PS está em vias de estabilizar a sua liderança, estão reunidas as condições para a realização de eleições legislativas na primavera de 2015.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A vez de Brishna



Brishna violada ao 10 anos no Afeganistão. Agora querem matá-la porque "trouxe desronra à família" Passamos a vida nisto. Haverá sempre quem julgue que a culpa é do imperialimo americano ou do conflito israelo-palestiniano. Nada a fazer. Aos outros fica o pedido para assinarem a petição.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

"Estão de joelhos, levantem-se!!



"Na Inglaterra romanizada por exemplo a roda de oleiro foi "esquecida" durante 300 anos, tal foi o recuo tecnológico que se seguiu ao colpaso do Império! O que sucede em Portugal merece meditação séria. Há 40 anos, a Assembleia Constituinte parecia uma Academia das Ciências. Hoje, com algumas excepções mais ou menos visíveis, a política de topo tornou-se num lugar tendencialmente mal frequentado. Por ambições vazias. Por distraídos bem-intencionados. Por coladores de cartazes que ficaram na fila à espera de serem servidos. O colapso do Estado ainda não é inevitável. Mas dentro dos palácios a tecnologia da roda de oleiro parece estar a ser rapidamente esquecida."

Viriato Soromenho Marques, texto completo  aqui

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Attaquer le soleil


Coisa para adultos e gente arejada.


Sade. Attaquer le soleil - Musée d'Orsay até 25 de Janeiro de 2015. 


Só mesmo Paris para uma exposição destas!




terça-feira, 14 de outubro de 2014

Um país à deriva




"Anomia

A palavra não é muito usada, mas a expressão cunhada por Durkheim é a única que me ocorre para simbolizar o que hoje atravessa Portugal. Ausência de objectivos, diluição de identidade, descrença num sentido colectivo de vida são os sinais contemporâneos que nos revelam um país à deriva. Não se deduz daqui um derrotismo catastrofista, porque estamos sempre a tempo de mudar o rumo às coisas e, contrariamente ao que vulgarmente se pensa e diz, já atravessámos crises bem piores. Mas, para mudar, é necessário perceber como e por onde andamos e, em especial, evitar passos irreversíveis.

O que se tem passado nos últimos tempos na máquina do Estado, se bem que previsível, ultrapassou todos os limites da razoabilidade e da incompetência aceitável: As crises no sistema educativo e na Justiça, somadas a afloramentos de ruturas em várias outras políticas públicas, mostram que a aposta no desmantelamento do Estado, que este governo levou a cabo com um zelo sem precedentes, está a "funcionar": o estado do Estado é já o que se vê.

Para isso juntou-se uma agenda ideológica de liberalismo simplista, servida por um pessoal político em geral impreparado, um cocktail de "jotas" com homens de aparelho, acolitados por tecnocratas cínicos e por deslumbrados com MBA, com uma agenda geracional agressiva, que se sentaram à mesa da desorçamentação do Estado atulhados de preconceitos: o Estado é hoje gerido por quem o odeia e despreza. No início obedeciam ao "script" dado pelo Memorando, que, com aparente alegria doutrinária, haviam herdado e que iam mesmo polindo com o zelo dos neófitos. A palavra de ordem era desregular, "desblindar", acabar com as "golden shares" que perturbavam o livre fluir do mercado, privatizar tudo quanto fosse possível. Ah! e fazer tudo isso tão depressa quanto viável, antes que o país aturdido acordasse e os devolvesse à procedência.

Ao fim de uns meses pelos corredores do poder, percebeu-se logo que esse pessoal se achava possuído de uma "filosofia": uma espécie de otimismo visionário e profético, uns novos "amanhãs que cantam" que pediam meças à credulidade determinista do "socialismo real". Alguns parece que chegaram a acreditar piamente na bondade dessas soluções e, como também ocorreu do outro lado do espelho ideológico, encaravam as vítimas da conjuntura - os velhos, os reformados, os doentes, os excluídos, os desempregados - como uma espécide de inevitáveis "colateral casualties". Sem remorsos, porque o "homem novo" estaria ao virar da esquina a salvar-lhes as consciências. E o seu futuro, claro.

Depois, foi, não o que se viu, mas o que está a ver-se. A dívida disparou, o desemprego também (na melhor das hipóteses fixá-lo-ão ao nível que o governo Sócrates o deixou), fazem uma coreografia anual para colocar o défice tão próximo dos objectivos quanto as malabarices financeiras o permitem, o Estado está no estado em que está e quem vier a seguir que feche a porta. Agora, atrapalharam-se no BES, deixaram a PT ir ao fundo sem um ai tempestivo, estão ainda a pensar se têm tempo para dar cabo da TAP.
E o país? O país, pelo que mostra, permanece em anomia, se acaso ainda restasse a menor dúvida.
E se acordar?"


Com uma vénia ao Francisco Seixas da Costa

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"Ai implode, implode"




"O mito da boa gestão caiu bom o BES, o GES e a PT. Os exemplos dados pelo governo, nomeadamente pelos ministros da Justiça e da Educação, incentivam à irresponsabilidade na gestão das empresas públicas. O país esboroa-se. Não há nenhuma "cultura de compromisso" que nos salve deste plano inclinado por onde deslizamos. O país precisa, urgentemente, de um governo com uma cultura democrática e com uma política que olhe para cada português como um cidadão e não como um mero número de contribuinte. Esta é a fasquia mínima para regressarmos à normalidade democrática e a uma existência decente. Senão, o sistema implode. Ai implode, implode"

Tomás Vasques, texto completo aqui