quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Diz que é uma espécie de governo


Passos Coelho confirma que está em curso uma remodelação no Governo,"que será bastante breve" mas não lhe "parece que a mesma tenha dignidade para ocupar grande espaço politico no debate interno". A verdade é que ao fim de quase dois anos de governo o homem ainda consegue surpreender. Quer dizer, o Primeiro Ministro confirma que vai remodelar Secretários de Estado mas que o tema não tem dignidade para ser comentado. Entretanto os pobres Secretários de Estado estão por assim dizer com a cabeça no cepo, sem saberem ao certo a quem toca a remodelação, mas com uma certeza, é que o primeiro ministro não dá um tostão furado por eles. Quanto ao resto é tinto, ou como dizia Lampedusa, é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma. 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O dia de Assunção

E de repente saiu um coelho da cartola.  Montenegro ensaiou uma nota dramática : "se isso acontecer, será o mais violento ataque ao funcionamento da nossa democracia, ao respeito pelas regras do nosso Estado de Direito e pelo funcionamento do nosso sistema político e de Governo previsto na Constituição"-  Ui, estamos todos cheios de medo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A não notícia


O melhor será talvez chamar Hercule Poirot para descobrir porque razão existem discrepâncias "nas declarações dos dois escalões mais elevados de IRS, "o rendimento colectável caiu significativamente mais do que noutros escalões no mesmo período [2010 e 2011]". Veremos o que descobrirá o sagaz FMI relativamente às declarações de rendimentos relativos a 2012 e 2013 nestes escalões de gente fina. Terá certamente uma agradável surpresa.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Primeira Plateia (36)



Há por ai muita boa gente a precisar de ir ao cinema. A não perder este Django Libertado, um brilhante Quentin Tarantino a chamar os bois pelos nomes e  não deixar pedra sobre pedra.

MenteCapto



Quando Berlusconi disse que Obama era "jovem, bonito e bronzeado" caiu-lhe o Carmo e a Trindade em cima, e bem. O reaccionarismo de certa gente só surpreende os incautos...

domingo, 27 de janeiro de 2013

"Regressar à casa de partida"

"Dois anos passados, não deixa de ser paradoxal que regressemos aos mercados em condições próximas das do PEC 4, mas  numa situação económica e social bem mais degradada. [...] Com um inaceitável legado de destruição económica e de barbárie social (é disso que falamos quando se assiste à destruição em massa de postos de trabalho), a Europa criou as condições de viabilidade financeira de curto prazo para a sua própria estratégia. Regressamos à casa de partida, mas acompanhados de uma enorme alteração dos equilíbrios de poder, que tem um efeito positivo na capacidade de financiamento dos países  Antes a condicionalidade era negociada com a troika (FMI, Comissão BCE), no futuro passará a depender, cada vez mais, do BCE. Um novo monarca absoluto na política europeia, que centraliza as decisões e imporá condições passando a deter o monopólio da violência económica e social. Que a estrutura do poder se altere de forma tão profunda e ninguém cuide de garantir níveis mínimos de legitimidade é elucidativo do desvario político que impera na Europa."

Excerto do texto de Pedro Adão e Silva, no Expresso

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O discurso


Os compromissos que assumimos uns com os outros - através do Medicare, e Medicaid, e da Segurança Social - não esgotam a nossa iniciativa, antes nos fortalecem. Não nos transformam numa nação de subsidiados,  pelo contrário libertam-nos para assumir os riscos que fazem deste um grande país.

Este foi o discurso inspirador de um Estadista.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A árvore das patacas



É extraordinário como a rapariguinha que abriu o seu primeiro negócio em 1997, um restaurante com o lustroso nome de Miami Beach em Luanda, se tornou bilionária em menos de vinte anos. Claro que as acusações de opacidade são "especulativas, irrazoáveis e sem valor académico" Toma e embrulha.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Os tempos não estão para velhos



A verdade é que esta teoria bizarra começa a fazer o seu caminho. Por enquanto as pessoas vão pensando com os seus botões, - os japoneses são meio estranhos, aquela coisa do harakiri e coisa e tal, agora querem deixar morrer os velhos -.  Só que, por outras palavras é isso que se prepara já no Sul da Europa com os cortes brutais nos apoios sociais e no SNS. Lá chegaremos ao dia em que também por cá este discurso estará sem papas na língua, na ordem do dia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E ninguém o leva preso?



A pergunta que se impõe não é se esta gente não tem vergonha na cara. A pergunta é se nós não temos vergonha na nossa,  e nos ficamos mansos a ver estes bandalhos rirem-se de nós.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Citação

..."há um conjunto de desafios políticos para resolver nos próximos tempos: à cabeça, renegociar o memorando e reestruturar a dívida. Como sublinhou esta semana Ferro Rodrigues, estes objectivos precisam de um consenso político "muitíssimo mais alargado do que o tradicional quadro de alternância". Em Outubro, passadas as eleições alemãs e estabilizada a situação europeia, é disso que estaremos a falar. Até lá é preciso escolher os protagonistas que se vão sentar à mesa das negociações para defender os interesses portugueses. Parece-me que a dupla Passos/Gaspar não terá condições para participar nas negociações."

Pedro Adão e Silva,  excerto de "Uma espécie de Vacina", Expresso

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

É a vida, como dizia o outro


Ontem na Quadratura do Circulo, António Costa disse aquilo que é óbvio para toda a gente, menos para António José Seguro e que foi mais ou menos isto: “quando o PS parte para o debate incomodado com o seu passado, parte diminuído”.  Ontem o Primeiro Ministro disse em Paris, como a maior cara de pau do mundo e  leviandade que caracteriza os mentirosos compulsivos, que nunca tinha aconselhado os portugueses a emigrar.  Se o líder do PS fosse alguém que não tivesse sido ele próprio contaminado pela campanha negra contra os socretinos,  teria nestas como noutras intervenções do primeiro ministro, a desenvoltura de contra-atacar sem complexos. António José Seguro, com o argumento  de estadista de o PS estar vinculado ao Memorando de Entendimento, fez os possíveis e os impossíveis por colaborar com Passos Coelho, pensando que o seu tempo chegaria com naturalidade, quando este ciclo político estivesse esgotado. Para além de não ter percebido que num país que não vive tempos normais nem depende de si próprio, o ciclo político é o mais volátil dos conceitos, não contou com duas coisas,  o aberto desprezo do PSD e do próprio primeiro-ministro que não o incluiu nem o informou das politicas que exigiriam consensos alargados,  e que as políticas do governo dessem resultados tão calamitosos.  Este erro de cálculo foi-lhe fatal. De repente, vendo as labaredas chegar-lhe a casa empreendeu a fuga em frente. Só que é tarde. Neste ano e meio que leva de liderança não só não conseguiu apagar no Partido Socialista os efeitos do passado recente,  como não se afirmou como alternativa a coisa nenhuma, nem a José Sócrates nem a Passos Coelho. Venha o próximo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Alucinação


Ouvi ontem à noite na TV excertos do discurso esquizofrénico do primeiro-ministro no encerramento daquela coisa a que chamou debate com a sociedade civil  com vista à reforma do Estado. Sentada no sofá da sala, já tarde, com o tabuleiro do jantar sobre os joelhos, tentei perceber um vislumbre de sanidade,  um mínimo de coerência,  autenticidade e verdade. Nada. Passos Coelho que no discurso do Pontal, há 4 meses,  anunciava a retoma da economia já em 2013, parecia um alucinado entrincheirado  numa obstinada fuga em frente num caminho de terra queimada, responsabilizando todos quantos se têm oposto à sua política irracional e anti patriótica, pela tragédia que se avizinha. O homem isolou-se numa bolha de rancor e autosuficiência e já só se ouve a si próprio.

Imagem do facebook

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

No pasa nada...


Se para alguma coisa serviu a inenarrável comédia que se passa no Palácio Foz,  que alegadamente pretende  "Pensar o Futuro-um Estado para a Sociedade" acredito que tenha sido o de dar a conhecer aos portugueses a Chatham House Rule, coisa que eu pobre ignorante confesso nunca tinha ouvido falar. Quanto à substância da coisa, o meu conhecimento elementar da língua inglesa permite-me perceber que  ao invés da Chatham House Rule, o que se está a passar no Palácio Foz é mais uma trapalhada, especialidade deste governo de ineptos com a incompetência a que nos habituou.

Entre a espada e a parede




Quando no final do primeiro trimestre se verificar que todas as previsões do governo não passam de efabulações, e o governo decidir que serão precisos mais impostos para cumprir as metas da troika, qual vai ser a reacção dos portugueses? fazer como os gregos?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Onde pára o Álvaro?



Paulo  Portas e Assunção Cristas estiveram na inauguração de uma fábrica de sobremesas  de ovos estrelados instantâneos. Caso para dizer que passamos da política do pastel de nata à diplomacia  do ovo estrelado. Oh pró Álvaro de sorriso amarelo...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sinal dos tempos...

Joan Miró "Carnival of Arlequin"

"Uma deputada do PS foi detida ao volante com o dobro da taxa de alcoolemia a partir da qual a lei considera crime conduzir. É grave. Um deputado tem de dar o exemplo. E um ministro ainda mais. Nos tempos que vivemos as luxuosas férias brasileiras de Miguel Relvas com os seus amigos Dias Loureiro e José Luis Arnault dizem tudo sobre o novo-riquismo e a falta de senso político".

Fernando Madrinha, Expresso.


Não é só falta de senso político, esta é a classe política mais arrivista, ignorante e com um enorme desprezo pela sorte dos portugueses que o país conheceu ao longo da sua história recente. E o mais grave é que as pessoas estão de tal forma exauridas que já nem reagem. Todos quanto directa ou indirectamente ajudaram esta gente a chegar ao poder, deveriam ser os únicos a sofrer as consequências das suas acções. Infelizmente pagamos todos.

domingo, 13 de janeiro de 2013

A superioridade moral...




... dos comunistas. Eu ainda sou do tempo em que Pina Moura, ao tempo deputado do PS, declarava no meio de grande sururu mediático e rasgar de vestes dos puristas da política, que para ele a ética decorria da legalidade. Pelos vistos fez escola.



sábado, 12 de janeiro de 2013

Porque hoje é sábado



Depois da encomenda do governo ao FMI de um relatório de medidas aviltantes para a dignidade dos portugueses, só me apetece ouvir isto.

Bom fim de semana.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A magna questão da maloca chanel



Dei-me conta ontem já ao fim da noite, do sussuru entre bloggers e feicebucanos à conta da Filipa Xavier, que eu não tinha o prazer de conhecer, nem sequer enquanto blogger, o que não vem mal ao mundo, aposto que a Filipa Xavier nunca ouvi falar de mim e passa muito bem sem isso. Bem, para além do tiro no pé dos homens da Sumsung, sim só podem ter sido homens, que não perceberam que aquela conversa da treta não cola com os tempos de cólera que vivemos, o que mais achei hilariante foi a indignação quase de lesa pátria à conta do discurso da petisa, afetada e cheia de tiques, a precisar urgentemente de um terapeuta da fala, das cabeças bem pensantes cá do jardim à beira mar plantado. Ui, que horror, mas existem meninas assim? perguntam indignados. Ah não sabiam?, mas que estranho, existem meninas assim sim, mas existem sobretudo os paizinhos e as mãezinhas que produzem meninas assim, obcecadas pelas malocas chanel, meninos fixados nos porches e outros quejandos, o hedonismo balofo elevado à quinta casa. Onde é que está a novidade? A indignação por a menina ser tão mas tão idiota que verbalize ter como objectivo de vida adquirir uma maloca chanel só se percebe porque hoje anda toda a gente aflita e de calças na mão com o futuro negro que se avizinha. Tivesse a menina Filipa produzido tão escaldantes declarações há três ou quatro anos e ninguém se daria ao trabalho de escrever uma linha sequer sobre o assunto. O que nunca faltou por aí foram cenas tristes, cabeças tontas e publicidade idiota. Já se esqueceram do Renato Seabra? É que no meio de tanta indignação a Samsung pode ter dado um tiro no pé, mas a menina Filipa Xavier não ficou certamente a perder, tal a publicidade a si e ao seu blogue. Que desperdício de energia, gente!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Isto vai acabar muito mal



"Talvez a pergunta mais importante que se deva colocar relativamente ao relatório do Fundo Monetário Internacional sobre o Estado português, intitulado “Rethinking the State. Selected Expenditure Reform Options”, ontem divulgado, seja a de saber como é que a direcção do Fundo se permite fazer um papel destes. Uma pergunta secundária, sendo mais comum, é a de perceber por que é que o governo português se dá ao trabalho de montar este tipo de esquemas.
[...]
O caderno de encargos implícito no relatório do FMI não se traduziu apenas na definição do montante a cortar, mas também, objectivamente, no leque de matérias em que as comparações são feitas. O Estado português tem outras despesas que não as sociais relacionadas com pensões, saúde, educação e segurança, mas o relatório passa totalmente ao lado disso. E nada diz sobre o impacto do corte de 4 mil milhões no produto nacional e, por essa via, nas receitas futuras do Estado. Num relatório que se quer completo, a ausência de tanta coisa importante só pode estar associada ao caderno de encargos. 

Em conclusão, e respondendo às questões com que começámos, que um governo fraco use um esquema destes para fazer agenda e impor uma política, ainda se compreende. O que não se compreende de modo nenhum é que o FMI entre num jogo assim. Não admira que a Comissão Europeia não tenha entrado nele – embora nada garante que não o venha a fazer, pressionada pela Alemanha ou por Durão Barroso.
É duro ter de falar assim de instituições com pergaminhos. Mas é também necessário quando são capturadas por interesses que nada interessam ao progresso das nações e da Europa."

Ler na integra, "Brincar aos Governos", de Pedro Lains



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Os Pitagóricos


A capa do jornal i é reveladora do momento perigoso e excepcional que estamos a viver. Por um lado a queda de popularidade de Cavaco Silva já não provoca comoção a ninguém sendo do interesse do governo acentuar este declínio. O destaque de primeira página de um resultado tão negativo, cumpre o objectivo de castigar o PR pelo envio do OE para fiscalização sucessiva pelo Tribunal Constitucional e simultâneamente faz passar como plausivel  uma medida cara do governo: o pagamento de propinas no ensino básico e secundário, ou seja a escolaridade obrigatória,  aceite pelos portugueses na sondagem da amiguinha Pitagórica. Em rodapé temos um momento de humor, a eventual candidatura à Câmara de Cascais do homem das farmácias pelo Partido Socialista. Sim, porque neste caso rir é mesmo o melhor remédio.  

A garotada


"Isto é um absurdo, estamos a ser governados por rapazes que não sabem o que estão a fazer. Criam as situações e depois não têm qualquer resposta para as implicações que elas têm, criticou o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficias de Contas."

O maior problema é percebermos que a esmagadora maioria das pessoas que ainda tem emprego, está abúlica, desorientada pela dimensão do engano, do logro a que foram levadas por esta rapaziada e já só pretende sair disto o menos chamuscada possível. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A luz ao fundo do túnel



"Não estamos a iniciar um ciclo vicioso de que não conseguimos sair, mas apenas a vislumbrar a saída de um período difícil que estamos a completar", disse Passos Coelho ao Rancho Folclórico que lhe foi cantar as Janeiras a S. Bento. Falou em luz ao fundo do túnel e concluiu em beleza com votos de  bom ano a todos, e repetiu  a todos os portugueses, mesmo àqueles que não gostam do governo, ouvi eu na TV. Por mim escusava de se incomodar, mas esta forma de saudar os portugueses mencionado os que gostam e os que não gostam do governo não lembraria ao careca, mas pelos vistos, é disto que o povo gosta, sobretudo quando o principal partido da oposição tem na liderança uma couve murcha.  

domingo, 6 de janeiro de 2013

BPN, take 2



"E assim, temos o grande liberal Passos Coelho, que queria privatizar a Caixa Geral de Depósitos, porque acha que o Estado não sabe gerir a banca, a comprar agora uma posição accionista de 99,2% no Banif, com direito a nomear para lá dois administradores, em representação do Estado.[...]
A verdade é que, se o Governo preferiu meter-se noutra aventura financeira de resultado mais do que incerto, foi apenas para não desagradar a Berlim e à troika: eles mandam, Gaspar transmite o recado e Passos Coelho acata. E Berlim e a troika não se preocupam com a falência de pequenas empresas viáveis e com o exército de desempregados que essas falências acarretam: consideram-nas "processos de ajustamento" necessários. Mas, quando toca à falência de bancos, mesmo de bancos de vão de escada, aí o caso é diferente: é interpares.[...]
Este "capitalismo financeiro desregulado e egoísta" que apenas pensa em mais dinheiro e mais lucros e que "aposta num crescimento feito à custa dos direitos e deveres sociais" (conforme definiu o Papa na sua mensagem de Ano Novo), foi o que nos lançou na crise que agora vivemos, primeiro na América, depois na Europa. Milhões de americanos e europeus perderam os seus empregos, as suas casa, as suas empresas, as suas vidas, para que os governos esquecessem a economia e tratassem de acorrer à banca.[...]
E o mais chocante ainda é constatar que nenhuma lição foi aprendida.[...]
No dia seguinte a ser anunciada a intervenção do Estado no Banif, as moribundas acções do banco deram um salto de 7%. Eis o tão louvado mercado a funcionar, na hora da verdade: sem o socorro dos contribuintes nos momentos de aperto, ele não passa de uma feira de vaidades ocas."

Excertos do texto de Miguel Sousa Tavares, "E agora, o Banif", no Expresso

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Então e a fruta?


O governo, no seu grande propósito de tratar da saúde aos portugueses, resolveu emitir recomendações em estilo "a arte de bem comer nos dias de cólera".  O governo entende que os portugueses têm andado a comer acima das suas possibilidades, logo adoecem, logo encarecem o Serviço Nacional de Saúde, e recomenda "leite, hortículas, água, pão, leguminosas (feijão, grão, ervilhas)". como regra de uma alimentação saúdavel. Já estou a ver a conversa na fila dos desempregados à porta da segurança social, diz a Joana à Maria, - estive a ler o comunicado do governo sobre o comer, tem sido de uma grande ajuda,hoje de manhã não tinha leite, mas como ainda não me cortaram a água, remediei-me com dois copos para compensar... -.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Como por encanto, estamos todos saudáveis...



Hoje de manhã dirigi-me ao Centro de Saúde da minha área de residencia para uma consulta do dia. Baralhada com os horários, quando cheguei a consulta do meu médico de família já tinha terminado. A senhora do atendimento perguntou-me se era urgente,  lá desfiei as minhas razões tendo sido encaminhada para a médica de apoio, que me atendeu com grande simpatia e solicitude. Mas o motivo do post não têm a ver com os meus achaques, mas para dar conta de que se confirma o desaparecimento dos doentes dos centros de saúde do país, ou pelo menos os do centro de saúde de Oeiras.  A sala de espera quando cheguei tinha três pessoas e eu mal tive tempo de sentar-me e abrir o livro que me acompanha sempre que espero secas de morte. Os portugueses obedientes e ordeiros como é seu timbre, estão a acatacar a sugestão do governo, de não ficarem doentes....

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Para que serve um Presidente?



O Presidente da Republica afirmou na sua mensagem de Ano Novo aos portugueses, que tem "fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios", e por isso resolveu solicitar a fiscalização  do OE pelo Tribunal Constitucional. O Presidente considera entre outras coisas que "temos urgentemente de por cobro a esta espiral recessiva", e de "interromper este ciclo vicioso" que é a consequência lógica da aplicação do OE que acabou de promulgar. Além disso considera claramente que o governo não tem defendido os interesses do país junto dos nossos parceiros europeus, quando afirma que "temos argumentos e devemos usá-los com firmeza para conseguir o apoio dos nossos parceiros europeus".  Ora estava eu já de olhos arregalados à espera que o senhor presidente assumisse as consequências políticas das suas próprias conclusões sobre o desempenho do governo, quando o homem  resolveu chutar para canto, ai que horror uma crise política a juntar à crise financeira, o quê que iram dizer de nós os vizinhos,  e tal e coisa, e portanto ficamos assim, tudo como dantes quartel general em Abrantes, o homem tem mais que fazer que retirar a confiança política ao governo do qual é cúmplice e que foi por ele levado ao colo até ao pote. A especialidade dele é mais bolos e vir daqui por uns tempos dizer "eu bem avisei", quando a coisa der finalmente para o torto.