sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Novo chumbo


Vai por aí um alarido em surdina, por causa do Tribunal Constitucional ter chumbado a requalificação da função pública. As dúvidas sobre a constitucionalidade da medida eram evidentes, se assim não fosse Cavaco Silva não teria remetido o diploma para análise, e o próprio Passos Coelho antecipou no Pontal o "perigo" dessa desconformidade.  Assim sendo, a pergunta que fica é , porque insiste o governo sucessivamente em medidas inconstitucionas"? Sim, porque a vingança e a desforra não se farão esperar. Será este o objectivo último deste governo de revanchistas?

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fia-te na virgem....



Está instalado o passa culpas e  sacudir água do capote relativamente a um gráfico do FMI que pretende mostar que Portugal precisa de baixar mais salários, flexibilizar ainda mais as relaçoes trabalho e uma dose de sevícias suplementares para além das que já foram infligidas aos trabalhadores portugueses. Ora o que se passa é que o Governo deixou  que o FMI publicasse o tal gráfico com elementos parciais sem um pio, sem um ai, por alguma razão. Há quem sustente que se trata da habitual subserviência dos passarolas governamentais para os nossos credores, não vamos irritá-los agora, depois logo se corrige. Só que o mal está feito, o FMI diz que sim mas que também e o governo aproveita para prosseguir a sua política  de medo e intimidação até tornar a nossa mão de obra  competitiva com a do Paquistão ou da China.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"I have a dream", foi há 50 anos



Um discurso memorável e profético de Martin Luther King, Prémio Nobel da Paz em 1964 pelo o combate à desigualdade racial através da não violência, foi assassinado cinco anos mais tarde em Memphis.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Português suave

 
Até este momento, já ardeu em 2013 mais área do que em 2007 ou 2008. O quarto bombeiro acaba de falecer. No entanto uma estranha calma parece ter tomado conta dos orgãos de comunicação social, ninguém pergunta onde está o primeiro-ministro em funções, as televisões não passam o rodopio de autarcas a queixarem-se de abandono ou de bombeiros a queixarem-se de falta de meios, nem foi convocada nenhuma reunião urgente do parlamento para tirar a limpo e debater as responsabilidades de tamanha tragédia. É assim com a direita no poder, o Dr. Portas foi a banhos, o senhor Passos faz campanha eleitoral em Sintra para segurar o bronco do Pedro Pinto e atirar as responsabilidades para o governo de Guterres pelo pagamento de uma dívida contraída no governo de Barroso e toda a oposição se mantém num apagado e comprometido silêncio...Só posso concluir, que os incêndios eram maus porque era o capeta do Sócrates que estava ao leme.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A lei da vida


Vai para aí uma polémica em diveros registos a propósito da morte de António Borges. Não danço da alegria sobre a campa de ninguém, mas nada me obriga a sentir tristeza pela morte de quem durante a vida, considero responsável moral pela desgraça colectiva que os portugueses estão a viver. António Borges foi um banqueiro que defendeu os interesses dos banqueiros à custa do sangue suor e lágrimas dos mais fracos, dos mais desprotegidos, dos mais vulneráveis. Essa circunstância não se altera pelo facto de ter morrido. É desta forma que o recordarei, por mais brilhante que tenha sido. A inteligência não é um valor absoluto. A morte de alguém é sempre um acontecimento infeliz. Deixará tristes alguns, certamente os seus próximos, familia, amigos e corregelinários, e completamente indiferentes outros, como é o meu caso.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Homenagem a Ana Rita


Nesta época de incêndios já morreram três bombeiros. Mas parece que no pasa nada...., tranquilamente o ministro diz que não há falta de meios, os incêndios é que são muito maus. Alguém ainda se lembra da forma como a comunicação social confrontava o anterior governo, e das aberturas dos telejornais das três televisões? O Rui Pereira só não era lançado às chamas por caridade cristã. Mas isso foi no tempo em que os animais falavam, agora é tudo normal e o tuga assobia para o lado.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O horror na terra dos Kims



"Não fazia ideia do que me iam fazer. Pensei que iam cortar a minha mão inteira, pelo pulso, portanto fiquei grato por apenas terem cortado um dedo."

 "Era a primeira vez que via um recém-nascido, por isso senti-me feliz", disse. "Mas de repente ouviram-se passos e um guarda veio e disse à mãe para pôr o bebé de cabeça para baixo numa tigela de água. A mãe pedia para ele a poupar, mas o guarda só lhe batia. Por isso a mãe, com as mãos a tremer, pôs a cara do bebé na água. O choro parou e uma bolha surgiu na água quando ele morreu. Uma avó que tinha ajudado no parto levou-o."

notícia do Público 

Enquanto isso, a bela Ri-Sol perfere o made in France... 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O regresso da sopa dos pobres



"O filho mais velho de Cláudia tem dez anos e acompanha a mãe e os dois irmãos mais pequenos à cantina social de Matosinhos. Levam sacos com recipientes vazios que vão levar para casa com o almoço da família. Pai e mãe estão desempregados e o subsídio de desemprego não chega para cobrir as despesas e comprar comida para todos. Ao entrar na cantina, o rapaz cruzou-se com um colega da escola, que deve ter percebido o que a família ia fazer. "Que vergonha!", disse o rapaz à mãe.

A história é contada numa reportagem de Ana Cristina Pereira, publicada há poucos dias nestas páginas, a par de um artigo de Andreia Sanches sobre o Programa de Emergência Alimentar. E nós não podemos senão repetir, como o filho mais velho de Cláudia, "Que vergonha!".

Que vergonha que o Governo de Passos Coelho esteja a mergulhar cada vez mais famílias na pobreza, a destruir os apoios sociais a que todos os cidadãos têm direito nos momentos de necessidade e para os quais todos contribuímos, e a substituí-los por humilhantes programas de caridade, onde os direitos se transformam em esmolas, onde a dignidade das pessoas é ofendida, onde a sua autonomia é negada, onde a sua perda de estatuto é ofensivamente reiterada dia após dia.

É infame que o ministro Mota Soares envergonhe o filho mais velho de Cláudia, uma criança de dez anos cujo único crime é ter pais desempregados. É infame que o ministro Mota Soares apenas aceite alimentar os filhos das Cláudias em troca da sua humilhação. Mas Mota Soares, que de facto é não só ministro para a Promoção da Miséria mas também grão-mestre da Humilhação dos Pobres, não se fica por aqui. Há todos os dias milhares e milhares de crianças que comem a sopa da caridade, sob o olhar envergonhado dos pais, e que rezam para que nenhum colega da escola os veja entrar numa cantina social ou entrar de sacos vazios e sair de sacos cheios de uma IPSS ou de um Centro Paroquial.

Mota Soares pode achar esta vergonha despropositada em miseráveis, pode considerar que todos eles têm muita sorte por ter a sua sopinha grátis e pode até argumentar que seria pior se não a tivessem, mas a questão é que o Estado tem o dever de proteger os direitos das pessoas em geral e dos seus cidadãos mais frágeis em particular e que estas doações não são senão retribuições que a sociedade lhes deve – como no-las deve a cada um de nós em de necessidade porque todos contribuímos solidariamente uns para os outros. Mota Soares não percebe que o seu papel é gerir os recursos de todos de acordo com as políticas solidárias que a sociedade colectivamente sancionou e não impor um programa de submissão dos pobrezinhos para aterrorizar os trabalhadores e facilitar o ataque aos seus direitos. Mota Soares não percebe que as pessoas são todas iguais em direitos e dignidade e que não pode impor aos filhos dos mais pobres o que nunca admitiria que fosse imposto aos seus filhos. Mota Soares não percebe que está a vender a sua sopa a um preço demasiado alto.

Mota Soares não percebe que é abjecto organizar apoios sociais de uma forma que humilha os necessitados, que eterniza a sua dependência porque não lhes permite qualquer autonomia e que nem sequer é a mais eficiente.

Há 415.000 portugueses que vivem de alimentos doados, quer pelo Banco Alimentar contra a Fome quer pelas cantinas sociais do Programa de Emergência Alimentar. Se somarmos a estes os que são alimentados por organizações privadas que não estão ligadas àqueles programas e por indivíduos a título pessoal, o número excederá certamente o meio milhão. Meio milhão de pessoas que só podem comer todos os dias se forem pedir comida.

O Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades, mas todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional. Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa mas reduz o RSI? Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover. O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro. A sopa é só sopa. Não permite veleidades.  

Usando habilmente de uma propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo.  

Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa. "É bom para o Governo e para a alma", sonha Mota Soares. "É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus." É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres. Por isso e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros." 

José Vitor Malheiros, Público, "o regresso da sopa dos pobres como modelo de apoio social"

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Arte circense


Os kamikases são tipos corajosos, com a vantagem de não levarem ninguém atrelado à sua coragem suicida. 

O trocadilho para não chamar a Passos Coelho um burro obstinado e fanático, é a forma trapalhona de Marcelo continuar a apoiar o governo, fazendo de conta que critica. Sabe muito, as presidênciais vêm longe, mas é uma corrida de fundo.

domingo, 18 de agosto de 2013

Euforias problemáticas...



"O INE acaba de divulgar, sob a forma de estimativa rápida, que o PIB cresceu 1,1% quando comparado com o trimestre anterior e logo me acordaram bem cedo pela manhã a questionar: "Será isto o fim da recessão? [...] quando olhamos para os dados do PIB e os comparamos com os do trimestre homólogo do ano anterior, ficamos logo com a sensação de que o lobo mais não passa de um gato bravo assanhado...O PIB continua a cair e caiu 2% perante 2012.
Além disso, em 13 dos últimos 19 anos a nossa economia sempre cresceu do primeiro para o segundo trimestre e, sendo assim, este aumento agora verificado deixa de ser de todo extraordinário...Isto é, nem assanhado está o gato bravo..."

João Duque, Pedro e o Lobo, Expresso

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Seara ao vento


Sempre embirrei com António Capucho. Irrita-me a o seu ar de galã dissimulado, a mediania das suas intervenções e mais recentemente, a auto-complacência e soberba para não justificar cabalmente as razões da renuncia ao mandato de Presidente da Câmara de Cascais. Os problemas de saúde invocados são uma panaceia para tudo e mais alguma coisa. Quando os políticos se querem ver livres de cargos políticos, são imediatamente assaltados por problemas de saúde. É evidente que as coisas lhe sairam furadas com a liderança de Pedro Passos Coelho. O homem de Massamá e da Manta Rota, locais onde Capucho nunca na vida se deverá ter abeirado, tratou por cima da burra o "aristocrata" da Linha, e Capucho sabe que só continuará na ribalta por oposição a Passos Coelho.
Dito isto, Capucho vem denunciar e com razão, os jogos de mercearia política na escolha do candidato sucessor de Seara na Câmara de Sintra. As coisas não estão a correr nada bem a Pedro Pinto, ex santanista militante, que se viu na contingência de recorrer ao apoio de Seara, numa campanha de propaganda inédita e que deveria envergonhar os dois, se qualquer deles tivesse vergonha na cara. Uma pessoa já nem sabe bem como classificar um gajo que é cândidato à Câmara de Lisboa, e que se predispõe a fazer campanha ao lado de um cândidato a uma outra autarquia. Será o grau zero da política, ou ainda é possivel descer mais baixo? Já de Pedro Pinto nem vale a pena falar, ele encarrega-se de demonstrar a sua absoluta nulidade.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O bombeiro de Barroso



..."eu era presidente da Câmara da Figueira, ia fazer o segundo mandato, chega lá o Dr. Durão Barroso e disse: 'tens de vir para Lisboa porque é contra o eng° Guterres, temos de ganhar as autárquicas, o governo é muito mau para Portugal...' andou ali dois meses a dar-me cabo do juízo. Eu a dizer, não vou, não quero. Pronto, tive de vir. Não esperava nada. Em Lisboa, a meio do mandato, adorava o que estava a fazer, e em noite de eleições europeias, diz-me: 'olha, prepara-te porque se calhar vou para presidente da Comissão, vens de me substituir'. Outra vez a mudar-me a vida... e pronto, fui exercer o cargo do primeiro-ministro..."

Um pau para toda a obra !

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Mascarilla... pois



"Mascarilha, Tonto e a Letónia

Enquanto em Portugal, PSD e PS discutem de forma inflamada quem é que tem "swaps" debaixo da cama, evitando assim discorrer sobre como vamos pagar a enorme dívida portuguesa, a Europa parece uma estátua de gelo. Espera que Ângela Merkel seja reeleita. A seguir virá o novo resgate à Grécia. A seguir olhar-se-á para as contas de Portugal. A UE colocará, então, a máscara negra na cara e transformar-se-á em "O Mascarilha", o justiceiro das pradarias do sul da Europa. A seu lado surgirá o índio Tonto, papel desempenhado pelo comissário Olli Rehn, que tem como modelo económico a Letónia. Ou seja, para Rehn a luz que deve iluminar a Europa do sul deve ser um país onde a emigração foi enorme, onde os salários foram reduzidos um terço, em que a assistência social quase não existe. Para Rehn, fiel ajudante do Mascarilha, é preciso é cortar. A Grécia fez isso com os resultados visíveis. Tornou-se um país impossível, que agora destrói as últimas florestas para criar empreendimentos turísticos. Ao fundo vislumbra-se o deserto. Aplicar isso à Espanha, e depois à Itália e à França, parece ser a política do faroeste: dispara-se primeiro e pergunta-se depois. Sobre Portugal já nem vale a pena falar. A estratégia de criação de soberanias de ficção, como dizia há dias o filósofo Jurgen Habermas no "Der Spiegel", continua a avançar a todo o vapor, perante a perplexidade dos cidadãos e o silêncio dos líderes políticos entretidos a discutir a bondade dos seus "swaps". Mascarilha e Tonto apontam a direcção. Juntos seguirão o trote do cavalo Silver rumo ao horizonte desconhecido na Letónia criado pela austeridade, com Mascarilha a gritar: "Hi-yo Silver, away"!  "

 
Fernando Sobral  
Jornal de Negócios

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Luz e sombra



Não admira que Mesquita Machado considere que "tudo o resto deve ser abstraído" porque o cónego  foi "um bracarense dos sete costados". Há determinado tipo de gente do partido socialista que nunca deveria ter nascido. Foi uma pena que nenhum dos atentados bombistas apoiados pelo cónego não tivesse atingido as pernas do Machado. Tenho uma leve desconfiança de que a opinião dele hoje seria outra.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Urbano


Tenho sempre algum pudor em adjectivar alguém que parte. No caso de Urbano Tavares Rodrigues, não há que temer o risco de sermos excessivos. O homem e o escritor.

Porcaria na ventoinha


A guerra dos suópes já fede. Desde o primeiro momento o governo decidiu abrir uma frente político-partidária como forma de  justificar dois anos de incompreensível inactividade, com a acumulação de juros insustentáveis da dívida das empresas públicas que compraram produtos tóxicos, deixou-se enredar numa teia de meias verdades, mentiras e tentativas de passa culpas, que se viraram contra si.  À conta dos suópes, já foram despachados três secretários de estado e a ministra da finanças tenta resisitir firme e hirta, somando asneira atrás de disparate,  acrescidos do facto de o demissionário Joaquim Pais Jorge ter sido uma escolha da sua confiança pessoal. Se ninguém vê um problema nisto, já não sei o que é um problema. Em desespero de causa, o governo divulgou uma história mirabolante, reproduzida por imprensa amiga, onde promove a heroi Franklim Alves, o tal que não enxergou qualquer irregularidade na sua passagem pelo BPN. Para isso, não hesitou em divulgar documentos, que a ética, se a houvesse, manteria em bom recato.
Este governo tem um problema congénito irremediável, e não se chama Maria Luís Albuquerque. O problema foi claramente identificado na carta de demissão de Vitor Gaspar, chama-se Pedro Passos Coelho. O resto são cenas lamentáveis sem quaisquer ganhos de causa, que ajudam a afundar, se isso ainda é possível, esta podre classe política.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

"Inconsistências problemáticas"




Isto faz-me lembrar uma história que a minha mãe conta muitas vezes para ilustrar a arte das mentirinhas das crianças. Era uma vez uma criança de três anos e meio que cheia de curiosidade pelo uso das tesouras, pegou numa e estraçalhou sem apelo nem agravo uma colcha de seda. A criança recusava-se a admitir a culpa. - Não fui eu, não fui eu - dizia obstinada. Então a mãe resolveu forçar a confissão recorrendo a um estratagema intimidatório. Disse-lhe a mãe, vou escrever uma carta ao menino Jesus, que vê tudo, para ele me dizer  quem foi que cortou a colcha, e depois logo se vê. A criança amuou, mas não se deu por vencida. Passados dois dias disse-lhe a mãe - olha, está aqui a carta do menino Jesus que diz que foste tu que cortaste a colcha com esta tesoura grande. Mentiroso, atirou-lhe a criança ofendida, foi com a mais pequenina.

Como se percebe, a criança era eu e desde essa altura não voltei a acreditar no menino Jesus.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Alucinante Julius


De regresso ao trabalho, é com uma dose suplementar de preguiça que regresso à normalidade. O alucinante mês de Julho teve de tudo. Por uma qualquer conjugação astral parece que uma série de desenlaces camuflados, mas que há muito se supunham maduros, eclodiram em cascata e desaguaram no mês sete do tumultuoso ano da graça de 2013. Não vale a pena remoer uma novela enxovalhada e gasta com protagonistas a quem ninguém de bom senso compraria uma viatura em segunda mão. O certo é que o rescaldo das operações que conduziram à solução de compromisso assinada e jurada pelos dois parceiros da coligação no governo, está longe de estar concluída. Os swaps agora duplamente representados no governo pelo SE do Tesouro, ameaçam ainda fazer correr rios de tinta, acoplado à nova manchete de Machete implicado na podridão dos ganhos obscenos com os títulos do BPN, não deixarão de oferecer lenha para alimentar a fogueira onde irá ser cozinhado o Orçamento de Estado para 2014. Pelo meio o resultado das eleições autárquicas será a pièce de résistence de Seguro na liderança do PS, não sendo de excluir que tudo possa estar em aberto caso não se confirme um resultado suficientemente positivo, consistente e de acordo com as expectativa legítimas de um partido na Oposição num ano de todas as crises.

Fui a banhos na segunda metade do mês. Bom tempo, a temperatura da água entre os 19 e 20 graus, seria até pecado pedir melhor. A  crise fez-se sentir de forma muito aguda nas praias do sudoeste alentejano. Não precisei de dados oficiais para verificar que a taxa de ocupação de apartamentos e idas ao restaurante caiu dois terços dos valores normais para a época.  Usufrui pelas piores razões, de praias desertas, restaurantes a meio gás e esplanadas quase vazias.

Setembro não parece que traga melhoras.