segunda-feira, 29 de abril de 2013

O mui badalado caso islandês


Não há dúvida que nos dias de correm, insistir na adesão à União Europeia já não comove ninguém. Quem é que no seu juízo perfeito quer aderir a um clube em desagregação? A resposta das trezentas e vinte mil alminhas islandesas cansadas da austeridade foi, com toda  a candura, devolver o ouro ao bandido.

domingo, 28 de abril de 2013

"A encenação do fim"


"Este ano, contrariando uma tendência dos últimos tempos, os jardins de São Bento e do Palácio de Belém estiveram encerrados no 25 de abril. O facto não teria particular relevância se não ocorresse num contexto de fechamento crescente da classe política e quando a crise de representação já há muito deixou de ser apenas um espectro a pairar sobre o regime. No dia em que se celebra a democracia, os portões das instituições fecham-se simbolicamente, por estarem em manutenção.
[...]

Até hoje, nunca tínhamos tido um Presidente da nossa República a desvalorizar de forma tão veemente as eleições, as escolhas políticas e o papel das divergências em democracia. Podemos discordar das opções programáticas dos outros, mas não podemos, em caso algum, condicionar a soberania popular conquistada há 39 anos. A mensagem foi clara: as eleições não interessam, o que conta é o cumprimento do memorando; as ideologias são perigosas, o que importa é o tratado orçamental. Que um dirigente partidário, oportunisticamente, faça um discurso desta natureza, é explicável. Que a mais alta figura do regime lhe dê peso institucional é um prenúncio de que nos aproximamos do fim."

Pedro Adão e Silva "A Encenação do Fim", Expresso

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O discurso de um cobarde



Um discurso tão inenarrável de capitulação, divisionista e de facção proferido na Assembleia da República por Cavaco Silva que os cravos caíram.  Nunca tal se tinha visto e não me refiro só aos cravos.


Fica assim claro sem margem para dúvidas quem patrocina o governo que nos desgoverna. Cavaco Silva é a cabeça da troika interna: um presidente, um governo, uma maioria. Os portugueses que se cuidem, estão por sua conta e risco.


imagem daqui

quinta-feira, 25 de abril de 2013

25 de Abril



Esta é madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.


Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 23 de abril de 2013

O circo


O  Processo de Remodelação em Curso faz lembrar aquele dito "foge cão que te fazem barão". A prova das dificuldades do governo em encontrar quem esteja disposto em o acompanhar na sua inglória e triste sina, é que  o primeiro-ministro já tem de recorrer aos seus próprios críticos, o que não deixa de revelar muito da natureza e verticalidade tanto de quem convida como de quem aceita

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O princípio da coerência



Portanto, isto é a única coisa que se me oferece sublinhar sobre a nova Secretária de Estado da Defesa.  Digamos pois, que a senhora se defende  muito bem.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Um país paralizado



Hoje  dirigi-me ao centro de saúda da minha área de residencia para uma consulta do dia. Eram 08:30 horas, na sala de espera Unidade de Saúde familiar encontravam-se duas pessoas, duas, à espera de serem atendidas. Mal tive tempo de me sentar fui logo atendida para os procedimentos burocráticos e acto continuo  chamada pelo médico de família para a consulta. De seguida dirigi-me aos serviços da Segurança Social que estão localizados em Paço de Arcos. Porque fica no caminho para o meu local de trabalho via diariamente  grandes filas na rua logo de manhã cedo para o atendimento.  De há uns tempos para cá as filas desapareceram,  fui atendida com a rapidez dos países nórdícos. Nem me atrevo a comentar, a realidade é demasiado cruel, avassaladora e depressiva para tentar alivar através da ironia o aperto de alma que me provoca a situação. Diz que há para aí umas mentes brilhantes que se enganaram no excel, que continuam refasteladas na sua vidinha como se nada fosse com elas...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Todo tempo é composto de mudança


O meus avós paternos o meu pai e os meus oito tios e tias atravessaram-na vezes sem conta. Eu só a conheci de visitas breves. A pobreza e a vontade férrea de assegurar um futuro melhor aos filhos levou sete dos nove irmãos às longínquas paragens da "África Oriental Portuguesa"... Já partiram todos deste mundo. Agora também a ponte se vai...

terça-feira, 16 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O ministro das finanças da troika



José Sócrates falou no assunto, que eu ainda não conhecia,  este domingo, no seu espaço de comentário na RTP. A verdade é que fiquei siderada, "the troika finance Minister", foi assim que o comentador de economia da televisão da Irlanda se referiu ao Ministro Gaspar. Não é que nós cá não o soubéssemos, mas ouvi-lo desta forma crua na televisão irlandesa,  faz-me sentir agoniada.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A remodelação dos migueis




Uma coisa que me está a fazer muita espécie é toda a gente ter ficado meio embasbacada com a nomeação deste Maduro, embasbacamento muito próprio deste país que endeusa  doutores. Longe de mim estar a tentar desvalorizar o contributo das qualificações académicas na formação de um bom governante. Partindo do principio que o homem é um craque na sua área, não o eram igualmente Gaspar e mesmo o Álvaro?  E o que vem fazer este jovem cheio de boa reputação para um governo moribundo? Tenho um feeling de que este  "desconhecido", para ignorantes como eu, tem uma agenda própria. A seu tempo saberemos.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O mundo de pernas pro ar...



Vou já buscar um cilicio para me penitenciar das aleivosias que em devido tempo associei à Senhora do Colar. Mas talvez não seja necessário, a verdade é que estamos hoje tragicamente reduzidos ao mínimo denominador comum no domínio da  avaliação das políticas deste governo de miseráveis e traidores.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

A farsa


José António Seguro, com um atraso de vinte e quatro horas, sublinhou o óbvio:o valor de 1,3 mil milhões de euros correspondente ao montante das prestações chumbadas pelo Tribunal Constituciuonal, não chega a metade dos três mil milhões de euros relativos à derrapagem fiscal de 2012. Por isso andam todos, Governos, "comentadeiros" troikistas e afins, com o homem dos pentelhos à arreata,  a fazer um número circo para amedrontar papalvos, como forma de justificar a bomba atómica sobre o Estado Social.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Efeméride




O inesquecível Brel nasceu a 8 de Abril 1929, faria hoje 84 anos.

Acossado



A intervenção do Primeiro-Ministro cheia de azedume, mau perder e vingança mereceu vários comentários nas redes sociais, entre eles este : " o actual governo é formado por dois grupos, um formado por gente totalmente incapaz, outro por gente capaz de tudo".

domingo, 7 de abril de 2013

A armadilha segurista



"O PS, por se ter autoinibido de falar do passado, é, hoje, incapaz de se demarcar da interpretação feita pelo Governo, logo de oferecer um caminho alternativo" [...]
"O que surpreende é a timidez do PS  [...] não contraria a tese da "década perdida", incorpora o argumento do despesismo - que, aliás, não está reflectido no défice de 2009, causado por um desvio na receita - e abdica de fazer uma reflexão retrospectiva em torno das armadilhas da moeda única.
Estamos perante um verdadeiro pecado original: o PS ou tem algum rasgo estratégico ou não será capaz de articular uma alternativa política com futuro. Por mais medidas importantes que apresente (v.g., reembolso dos lucros do BCE com a compra de dívida soberana), se não romper com esta tenaz narrativa, estará condenado a ter como programa, num contexto radicalmente diferente do de 2005, uma versão light do choque tecnológico."

Excerto do texto de Pedro Adão e Silva, "Uma Tenaz Narrativa", no Expresso

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Primavera que tarda...



O dia de hoje por contraste com os últimos que a meteorologia nos tem oferecido, acordou claro e luminoso, como que a dar-nos tréguas  antes da tempestade que se anuncía para a hora do jantar.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Facas longas?



"Lembrando que, a somar aos dois anos em que foi ministro, há outros três em que “lutou” no PSD “pela afirmação de um novo líder”, Miguel Relvas não fecha totalmente a porta a um regresso."

A carta que não chegou a Garcia


Não se questiona a oportunidade da apresentação da moção de censura pelo Partido Socialista. De facto se o PS queria conservar as suas possibilidade de se constituir como alternativa ao bando de lunáticos que tomou de assalto o Palácio de S. Bento, esta era altura para o fazer. O problema é que Seguro é feito da mesma massa (e se não é imita muito bem) de Passos Coelho, funciona numa dinâmica de jota em que o taticismo vale por si próprio. A monumental falta de golpe de asa é confrangedora. Não fora Francisco de Assis recolocar o debate e a censura donde ela nunca deveria ter saído, ou seja quem estava a ser censurado era o actual (des)governo, e não o anterior que já foi julgado em eleições, o PS teria saído do debate com o rabo entre as pernas. Não era fácil, mas é por isso que se percebe ainda com mais clareza as diferenças entre quem anda aos papeis e quem sabe ao que vai.  O episódio da carta foi uma cena para esquecer....!  De resto toda a oposição no seu conjunto, não esteve brilhante. Mas o mais patético de tudo isto é que o governo saiu do debate exactamente como entrou: autista e autosuficiente na voragem de destruição do país.

terça-feira, 2 de abril de 2013

No limite


Um dos experts ou espertos comentadeiros da área da maioria, já antecipa a queda do governo. O governo jogou no tudo ou nada e vai ficar sem nada. Sem margem de manobra, sem élan, sem energia, esgotados.  Só se podem queixar de si próprios. A demora do Tribunal Constitucional é absolutamente incompreensível. Tudo isto parece uma garotada.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Feitos ao bife estamos nós



Só consigo entender o apelo do comentador Marcelo Rebelo de Sousa, para que Passos Coelho proceda a uma remodelação profunda, como um enunciado de retórica. Toda a gente percebe que Passos Coelho nunca remodelará Relvas, o que para o caso é igual ao litro. A questão é mais dramática e do domínio da incapacidade absoluta de Passos Coelho se remodelar a si próprio, isto é de fazer uma reconversão completa do seu discurso e da sua política. A pergunta é, remodelar para quê? 


imagem retirada daqui