sábado, 3 de janeiro de 2015

Dura lex sed lex?


Hoje não há ninguém que não tenha a sua opinião sobre o caso José Sócrates. Ora se isso acontece, não é certamente por o cidadão José Sócrates ser um cidadão como outro qualquer. Não é. Um cidadão qualquer  não teria à porta da prisão onde está detido, acampados dia e noite, uma bateria de jornalistas prontos a sair ao caminho de qualquer mortal que vá em visita ao estabelecimento prisional de Évora. Vem isto a propósito do efeito de bomba que produziram as respostas de José Sócrates às perguntas da TVI . Até agora a opinião pública só tinha sido confrontada com noticias da acusação selectivamente sopradas para a imprensa, com o objectivo obter a condenação na opinião pública sem qualquer contraditório. O que me espanta neste processo, é a falta de inteligência evidenciada pelo juiz Carlos Alexandre e o Ministério Público que têm dado provas de presumir  que poderiam lidar com este caso como se de um cidadão vulgar se tratasse, dilatando a prisão preventiva e silenciando o preso para melhor investigar. Mas será possível tanta falta de inteligência e vaidade por parte dos juízes que dirigem esta investigação? Então eles estavam à espera que um ex-primeiro ministro com a personalidade de José Sócrates iria ficar quieto e calado?  Se é verdade que a lei é igual para todos, não é menos verdade que não se pode tratar de igual modo o que não é igual e este processo não é um processo igual aos outros. Arrogância, cretinice, vaidade e estupidez é o que têm revelado os responsáveis deste processo. São os primeiros a prestar um péssimo serviço à Justiça.

Sem comentários:

Enviar um comentário