quinta-feira, 14 de junho de 2012

O pânico

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Esquecemos amiúde que a falência do banco austríaco Kreditanstalt, em 1931, desencadeou uma sucessão de falências por todo o continente europeu. Foi o princípio do fim do padrão ouro e um novo rude golpe na Grande Depressão.
[...]
Quanto mais sofrimento poderão os países sob pressão suportar? Ninguém sabe. O que aconteceria se um país saísse da zona euro? Ninguém sabe. Será que até a Alemanha põe a hipótese de sair? Ninguém sabe. Qual é a estratégia a longo prazo para sair da crise? Ninguém sabe. Perante tanta incerteza, o pânico acaba, infelizmente, por ser uma atitude racional.

Até agora, nunca havia compreendido verdadeiramente como pôde ocorrer a crise de 1930. Agora compreendo. Basta a conjugação de economias frágeis com um regime monetário rígido, debates acesos sobre o que deve ser feito, a convicção generalizada de que sofrer é bom, políticos míopes e incapacidade para cooperar e antecipar os acontecimentos. Se os países com boa notação de crédito se recusarem a ajudar os que se encontram sob pressão, quando estes não conseguirem vir à tona respirar, o sistema morrerá. Ninguém sabe os danos que isso pode provocar na economia mundial, mas será que alguém quer, de facto, saber?"


excertos do texto de Martin Wolf, colunista no Finantial Times


No próximo domingo os gregos votam. Ninguém sabe o que se vai seguir.

1 comentário:

  1. Penso que desde o pedido de resgate de Espanha, o resultado das eleições gregas acaba por não ser assim tão importante.
    Hoje a Merkel já veio admitir que será muito difícil salvar o euro. Creio que depreendi alguma satisfação nas suas palavras... Como ontem lembrava o Rui Tavares no Público, a Alemanha nunca viu o euro com bons olhos. Resta saber se Merkel já mediu as consequências do fim da moeda única para a Alemanha...

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