O tuga, o tal que não se governa nem se deixa governar...

O meu pai está internado desde quinta-feira à noite no Hospital de Cascais. Aos 81 anos e uma vida de trabalho, o corpo começa a ceder.  Desengane-se quem espera que eu venha aqui malhar nos serviços do hospital. Pelo contrário, até hoje só posso dizer o melhor possível. Foi a primeira vez que, indirectamente, recorri aos serviços de um dos novos hospitais e até agora só posso dizer bem. O espaço é funcional e amplo, os quartos para duas pessoas com casa de banho, confortável, os enfermeiros jovens, atentos e simpáticos, o contacto com o médico que o acompanha, fácil e acessível.  Até aqui tudo bem. durante os primeiros dois dias o  meu pai não tinha companheiro de quarto. Ontem, sábado,  quando o fomos visitar  tinha um novo companheiro de quarto, o qual durante o largo período que lá estivemos não recebeu qualquer visita, mas pela forma como pedia comida  dizendo que estava cheio de fome, deixava antever  que por aquele lado as enfermeiras não iriam ter a vida facilitada. Hoje pude comprovar ao vivo e a cores que não me tinha enganado. Quando chegamos para a visita ao meu pai, estava instalado o arraial no quarto com as visitas do senhor da outra cama. Quatro pessoas, quando só podem estar no quarto duas por doente, os familiares e amigos tinham recorrido ao velho truque do desdobramento e multiplicação de duas senhas por quatro.  Não contentes, falavam e gesticulavam como se não houvesse mais ninguém no raio de um quilometro. Passei-me, dirigi-me à enfermeira a reclamei. O milando ficou resolvido na hora, tiveram de sair, deixando atrás de si um sonoro "pois, já foram fazer queixa". Nem olhei para eles.