domingo, 28 de outubro de 2012

O ferrão da vespa



"É difícil perceber o que leva um ministro a propor uma medida tão deplorável como a redução dos subsídios sociais mais baixos, incluindo o subsídio mínimo de desemprego, desvalorizar essa iniciativa no mesmo dia, fazendo saber que ela pode ser retirada, e retirá-la efectivamente no dia seguinte. Parecendo uma anedota, isto aconteceu na realidade. O protagonista de tão bizarra forma de governar foi Mota Soares, titular de uma pasta que leva Solidariedade no nome.
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O célebre aviso de que "há limites para os sacrifícios que se podem exigir aos cidadãos", lançado por Cavaco Silva no tempo em que ainda se dava pela sua presença na vida pública e quando era outro o Governo, caiu em saco roto. Agora a conversa é "estamos no limite da tolerância da troika. Só que os cortes nas prestações mínimas não foram impostos nem propostos pela troika. Tal como muitas outras decisões absurdas e reveladoras, ora de incompetência  ora de prepotência, ora de falta de tato, foram uma opção do ministro da Solidariedade com a qual nem sequer o seu colega das Finanças quis comprometer-se quando interrogado sobre ela.
[...]
A obediência cega do bom aluno é, aliás, uma contradição nos termos, porque o verdadeiro bom aluno nunca sofre de obediência cega. Perigosa, sim, é a atitude do marrão pouco dotado, mas convencido e carreirista que só pensa em agradar ao professor". [..]


Excertos do texto de Fernando Madrinha no Expresso

1 comentário:

  1. Nesta matéria, Querida Ariel, penso que as prioridades conexas com subvenções aos Desempregados não deeviam passar pela redução delas, mas pela regeneração do IEFP, que tem bastantes secções practicamente paralisadas e servidas por gente, por ora, absolutamente incapaz.

    Beijinho

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