"Podia continuar a enumerar exemplos de como Portugal, não sendo o país com que todos sonhámos, é hoje bem melhor do que há 30 anos. Foram cometidos erros, mas o alcance das transformações sociais dá-nos motivos de orgulho como comunidade. [...] Pelo desculpa pela desabafo mas não me conformo com a inercia das mulheres e dos homens bons do meu país perante a rápida destruição do que construímos. Podemos aceitar que a história não é uma caminhada imparável rumo ao progresso; sabemos também que os constrangimentos que enfrentamos nos colocam desafios difíceis de gerir; o que não devemos é tolerar com passividade que, através de uma combinação explosiva de incompetência e voracidade ideológica, se vá lançando as bases de um "Estado de excepção". A ligeireza com que o Governo tem afrontado a Constituição é aviltante. [...] A incompetência é uma marca igualmente distintiva. [..] Foi com incredulidade que vimos a queda do investimento ser justificada pela chuva. [...] Não podemos permitir que façam de nós o que lhes apetece, baseados em diatribes ideológicas sem qualquer sustentação com a realidade.
O problema está para lá da esquerda e direita. O que está em causa não é secundarizar diferenças ideológicas. É tão só resolver um problema anterior: devolver Portugal à razoabilidade. Para isso precisamos urgentemente de outro Governo e de outra coligação social. Tenho a certeza que há suficientes homens e mulheres bons no meu país para impedirem a continuação do desastre em curso. Ficamos a aguarda a vossa acção.
Pedro Adão e Silva, Carta aos Homens Bons do Meu País"
Na verdade não basta ter razão
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