sábado, 16 de outubro de 2010

O fado português

Foto: Jean Dieuzaide - Portugal 1950

Não saímos disto. Não se queixem.  Se olharmos honestamente à nossa volta, sabemos bem que isto é o resultado do que somos colectivamente enquanto povo. Desqualificados, amantes da cunha, do lugarzinho para a filha, o sobrinho, o afilhado.  Nas empresas é igual ou pior. Escolhem-se os que não tem ambições nem pretensões de fazer frente aos instalados.  A maioria lorpa deixa-se embasbacar com passes de mágica, malabarismos de banha da cobra de direcções de terceira categoria, onde os lambe botas  por mais incompetentes que sejam, têm sempre um lugar ao sol.Temos espírito de servos atentos e obrigados, desculpe qualquer coisinha. Sempre nos resignamos a ser assim desde que nos fossemos safando. Estava na cara que não dava para todos, mas quisemos acreditar que sim.

7 comentários:

  1. Assino por baixo tim tim por tim tim.
    Só acrescentaria que, quem por formação e convicção foge ao perfil tão bem traçado, é completamente cilindrado. Para sobreviver, da indignação activa passa à indignação passiva e, depois, com o passar do tempo, passa à indiferença. E assim se perdem os melhores. Não digo que seja sempre assim, mas é-o demasiadas vezes.

    Um beijinho de quem ainda não está completamente indiferente e, a espaços, ainda lhe apetece desatar "à bolachada" em tudo o que não mexe porque está demasiado instalado.

    :)

    [Não se espante Ariel com a expressão "à bolachada": há coisas que não há modo de resolver de outra maneira. Como felizmente já não estamos em tempo de bengaladas e tal, ficam por isso mesmo, por resolver, porque quem as mereça não falta por aí. Refiro-me, muito mais, ao que nos está perto, no dia a dia. Não me estou a referir, em particular, aos aspectos macro... que isso da revolução total já eu há muito ...]

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  2. Alguém ainda foge a tão acertada definição
    Contudo, pouco lhe resta a não ser esperar
    por levantados do chão...

    (é sempre bom ouvir J.C.)

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  3. Minha querida Maria do Sol, adorei a "bolachada", há que tempos que não ouvia. Subscrevo completamente o seu acrescento, dizer que são cilindrados até é pouco...

    Beijinho

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  4. Meu caro Rogério, não vejo lideres nem ideias que apontem caminhos aos levantados do chão...

    Beijinho

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  5. Tem razão, Ariel. Cilindrados é pouco. Ainda temos que levar com a estranheza e um olharzinho de escárnio por não mexermos os pauzinhos para colocar a filharada. Uma tristeza!

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  6. Uma tristeza sim, Maloud, uma tristeza e uma desgraça.

    Beijinho

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  7. Oh Maloud e Ariel, as meninas falam e apetece-me sempre dizer bis! Bem, neste caso seria mais tris!

    :)))

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