segunda-feira, 28 de maio de 2012

Novos tempos, pecados velhos


"Conversa sobre o financiamento da economia com o presidente de uma PME. "O gestor de conta do banco com que trabalho telefonou-me a dizer que a minha empresa tinha todas as condições para se candidatar à linha PME Crescimento e a perguntar-me seu eu não queria fazer isso. Disse-lhe que não tinha necessidade de momento, pois não estou a perspectivar investimentos a curto prazo. Mas ele insistiu. E disse-me que tinha toda a vantagem em pedir o financiamento para ganhar algum dinheiro. Como? Pedindo o crédito e colocando-o a render no banco. O juro que é aplicado ao empréstimo é inferior ao que os bancos pagam neste momento pelos depósitos. Portanto, fazer a operação dava-me a ganhar algum dinheiro."[...]

[...] Estes exemplos mostram que entre as boas intenções e a realidade vai um passo de gigante. Os governantes pensam que anunciar uma linha de crédito é o fim do trabalho. Infelizmente é o começo. A parte seguinte é garantir que o dinheiro chega a quem dele necessita e que é utilizado para os fins que se pretende. Tudo o que seja menos que isso, não evita o desastre."

Nicolau Santos, excerto da crónica  "As boas intenções e as duras realidades", Expresso


3 comentários:

  1. "A parte seguinte é garantir que o dinheiro chega a quem dele necessita e que é utilizado para os fins que se pretende."

    Nicolau Santos sabe, certamente, que tal não irá acontecer... mas está no seu papel.

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  2. O tugalismo no seu melhor!
    Beijinho

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  3. A inexperiência destes governantes e o desconhecimento da realidade do país dá nisto...

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