domingo, 30 de junho de 2013

Quem má cama faz, nela se deita...



" Mas o mais importante desta greve foi as incompreensões com que contou. A Confederação do Comércio disse que a compreendia. A da Indústria que o Governo empurrou os sindicatos para ela. A da Agricultura disse que havia mais do que motivos para a indignação dos trabalhadores. A UGT endureceu o seu discurso. E até ouvi um deputado do PSD a defender, na televisão, que o executivo deveria aproveitar a greve para mostrar à troika que a estabilidade social será impossível de manter. O que esta greve revela, quando é feita num momento tão difícil para a levar à prática, é o extraordinário isolamento de um primeiro-ministro, sem paralelo na nossa história recente. Como vimos com Nuno Crato, o Governo ainda não percebeu muito bem como é frágil a sua situação. E muitos acreditam que a paz podre se manterá, por medo, desesperança ou falta de alternativas. Acho que estão enganados. Não serão as autárquicas ou o CDS, como imagina o mundo político e mediático, a mudar tudo. Será um qualquer erro de cálculo, ão fácil de acontecer a quem já não tem amigos que lhe chamem à razão. Basta uma nova TSU ou um novo "caso Relvas" e este Governo, preso por arames, não se aguentará."

Excerto do texto de Daniel Oliveira, "A Solidão de Passos", no Expresso

2 comentários:

  1. "Só mais um empurrão e o governo vai ao chão"

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  2. Não sei mesmo o que pensa PPCoelho depois de se ver a cair em sucessivas cambalhotas...
    Será que está preso a outros compromissos que não o de Portugal e o dos portugueses...?
    Vendeu-se...?
    Quem vier não será melhor a menos que muita coisa mude em direitos e regalias concedidos aos governantes.
    A primeira mudança seria puni-los pelos erros cometidos = FORCA.

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