Isto faz-me lembrar uma história que a minha mãe conta muitas vezes para ilustrar a arte das mentirinhas das crianças. Era uma vez uma criança de três anos e meio que cheia de curiosidade pelo uso das tesouras, pegou numa e estraçalhou sem apelo nem agravo uma colcha de seda. A criança recusava-se a admitir a culpa. - Não fui eu, não fui eu - dizia obstinada. Então a mãe resolveu forçar a confissão recorrendo a um estratagema intimidatório. Disse-lhe a mãe, vou escrever uma carta ao menino Jesus, que vê tudo, para ele me dizer quem foi que cortou a colcha, e depois logo se vê. A criança amuou, mas não se deu por vencida. Passados dois dias disse-lhe a mãe - olha, está aqui a carta do menino Jesus que diz que foste tu que cortaste a colcha com esta tesoura grande. Mentiroso, atirou-lhe a criança ofendida, foi com a mais pequenina.
Como se percebe, a criança era eu e desde essa altura não voltei a acreditar no menino Jesus.
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