terça-feira, 8 de março de 2011

8 de Março



Neste dia internacional de mulher presto homenagem à grande Chavela Vargas.


"Aos 14 anos, depois de uma infância extremamente dura, vendeu duas vacas e foi para o México. Onde ficou 70 anos. A entrevista que concede a uma revista espanhola mostra como hoje se sente feliz e pacificada. Um rosto admirável, que continua admirável. E que vida!
No México conviveu com amigos como Frida Kahlo, Diego Rivera, Guadalupe Amor ou Dolores del Rio. Ela diz-nos, contudo, que quando a infância foi marcada pela ausência de ternura, o resto da vida essa ausência perdura. Chavela é algo céptica em relação aos casais que vivem juntos. "A convivência acaba com tudo, é muito dura." E a solidão acentua-se na relação.
Chavela recorre ao álcool e transforma-se numa verdadeira alcoólica. De tal modo que caiu na grande abjecção. Tinha então 50 anos. Até que um dia, sentindo-se morrer com a ressaca, disse para si mesma: "Ou me recomponho ou me suicido." Mas acrescentou: "Vou sair." E saiu daquele inferno... Depois, foi operada ao cérebro, mas aí achou que seria uma morte muito tranquila e feliz. Porque a morte por cirrose é horrível. E a vida de Chavela nunca foi fácil. Nasceu cega, teve polio, etc. 
Afirma: "Estou saudável e com o espírito lúcido." E acrescenta: "O medo não existe, somos nós que o inventamos. Eu não tenho medo de nada nem ninguém. Muito menos da morte." Ela diz que canta, mas canta "de verdade" e com a sua música tem ajudado a curar muitas pessoas. Depois de lermos esta entrevista, ficamos com enorme admiração por esta mulher que se reconstruiu a pulso. E quando ouvirmos os seus discos vamos certamente ouvi-los de outra maneira. 

Texto daqui

4 comentários:

  1. Uma Mulher que com M. Mulheres que nos comovem e se contarmos aos jovens estórias de Mulheres como Chavela Vargas eles riêm e dizem que só podemos estar a inventar, é por isso que eu respondo pega no pc e descobre a net também serve para estas coisas. Obrigado por mais uma maravilhosa partilha.
    Beijo
    Adélia

    ResponderEliminar
  2. Boa escolha para lembrar a data.

    Deixo a minha homenagem à mulher,
    a esta, àquela, à outra e a uma qualquer

    Mulher é mãe, de ter
    Mulher é mão, de afagar
    Mulher é pão, de comer
    Mulher é trabalho barato
    Mulher é luta, de ganhar
    Mulher é flor, de beijar
    Mulher é agasalho, de enternecer
    Mulher é querida
    Mulher é tudo na vida
    Mulher é até pai
    Quando isso de ser mulher
    é de todo em todo esquecida

    ResponderEliminar
  3. Belíssima escolha, Ariel.

    ResponderEliminar