sexta-feira, 15 de abril de 2011

As cigarras



Com o fogo do céu a alma cai
No muro branco as sombras são direitas
A luz persegue cada coisa até
Ao mais extremo limite do visível
Ouvem-se mais as cigarras do que o mar

Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto

[a ver se me esqueço por um momento da desgraça que nos espera nos próximos dez anos]

2 comentários:

  1. Ai de si, que Sophia não é poesia de esquecimento. Pode o cantar-se a vida servir de alienação?
    Respondo por si: Claro que não!
    (faz apenas um interregno para coisas belas)

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  2. Quanto mais leio Sophia mais gosto dos seus textos incluindo os infantis. Confesso também gosto muito do que o seu filho, Miguel, escreve. : )

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