segunda-feira, 16 de abril de 2012

O showbiz do Titanic


"Dois navios partiram de Nova Iorque, nos EUA, e de Southampton, em Inglaterra, para cruzeiros que pretendem recriar a primeira e única viagem do Titanic e esta madrugada prestam homenagem às vítimas do naufrágio 100 anos depois".

Se há coisa que provoca em mim uma repulsa imediata é este tipo de euforia gerada não se sabe muito bem por quem,  nem  porque razão. Devo ter sido das poucas criaturas que não viu o filme no final dos anos noventa e não tenho a mínima intenção de ir gastar oito euros com a versão 3D.  A humanidade está cheia de acontecimentos trágicos, mas nem todos possuem o glamour de ter tido uma orquestra que se manteve a tocar enquanto o navio se afundava. Das 2.240 pessoas a bordo morreram 1.523, sendo que os sobreviventes do naufrágio eram na esmagadora maioria passageiros da primeira classe, enquanto que os da terceira classe ficaram encurralados por uma parede que os impedia de sair e com quatro botes à disposição quando já não havia mais ninguém endinheirado para "salvar". Nada de novo portanto.

5 comentários:

  1. Sim, este centenário só se comemorou com tanta pompa e circunstância devido ao êxito do filme (que está muito bem conseguido, diga-se de passagem). Mas a memória histórica é mesmo assim, seletiva e "englamorizadora"; esquece uns e celebra outros não se sabe muito bem por que critérios.

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  2. Acho que nos fascinam as catástrofes inusitadas.

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  3. excelente texto.

    tenho para mim que não é inocente este revivalismo catastrofista - há que dar circo às massas, antes que estas decidam pedir pão.

    beijo

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  4. Sinceramente já não suporto tanto aproveitamento comercial de uma tragédia.

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  5. Nunca vi o dito filme e não me parece que o queira ver. Não sei se fui dos poucos ou dos muitos. Mas fui dos meus de certeza.

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