"Nesta pacata aldeia suíça, a vida corre plácida como o ruminar da vaca dos chocolates. O pai vende o leite que a Nestlé paga bem, a mãe é caixa no Crédit Suisse e de aventura só o filho, que coordena, de Genebra, o envio de comida para o Sudão. O franco, forte, o emprego, garantido, a crise, dos outros, por cá é um bocejo. Mas, de vez em quando, o Presidente decide mandar uma pedrada ao lago Léman. Desta vez, foi a deslealdade. Deslealdade entre políticos?! Como se quer que nós, povo feliz e sem histórias, acreditemos que um primeiro-ministro do partido X esconda do Presidente do partido Y um PEC IV? Aqui na aldeia pensávamos que fosse preciso nascer um político duas vezes para encontrar um desleal. Até aceitamos que um Presidente mande o seu homem de mão pedir a um jornalista para lançar o boato que o primeiro-ministro lhe anda a escutar os telefones. A política é assim, tem traquinices. Agora, esconder um PEC IV?! Ainda por cima sabemos, foi público, que o primeiro-ministro do partido X falou do PEC IV ao líder do partido Y, o do Presidente. Queres ver que o líder do partido Y também escondeu o PEC IV do seu Presidente, e lhe foi desleal? Naaa... Agora só nos faltava que o tal homem de mão tivesse dito ao jornalista para sugerir que a fonte do boato das escutas era o chefe de um cantão - um jardim, por sinal - que até era do partido do Presidente!!! Deslealdade entre políticos? A pacata aldeia não acredita."
Portanto, ficamos assim...
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