"O que fragiliza não é o PS de hoje ser critico da experiência recente de passagem pelo poder com Sócrates. O que debilita a actual liderança é o silêncio com que geriu a sua relação com o passado abdicando de criticar o (muito) que havia a criticar e esquecendo-se de enaltecer o (muito) que há que enaltecer. Enquanto os socialistas não fizerem uma clarificação programática retrospectiva não serão capazes de ter uma afirmação mobilizadora e que faça diferença quando voltar ao poder.
A sensação com que se fica é que a geração dirigente de hoje formou-se num contexto político do qual não é capaz de se libertar. Os tempos já não estão para lideres da oposição que se limitam a gerir silêncios, promover consensos internos e esperar que o poder caia de podre. Portugal e a Europa de 2013 são muito diferentes do tempo em que Guterres e Sampaio promoveram uma síntese interna. Além de que, pelo caminho, o lado mais pernicioso da cultura de juventude partidária contaminou irreversivelmente os aparelhos dos partidos. De tal forma, que após uma comissão política absurda, várias vozes não hesitaram em afirmar que o PS tinha saído reforçado e que se tinha tratado de uma "reunião magnífica", como se fosse possível esquecer o processo que tinha conduzido até ali e a persistência ensurdecedora dos problemas. De facto com tanta "unidade" e força para "enfrentar os desafios", o PS faz lembrar o Titanic, um navio imparável e magnifico no momento em que soltou amarras. Sabemos bem para onde se dirigia."
Pedro Adão e Silva, Um navio magnifico", no Expresso
Querida Ariel,
ResponderEliminarlendo o título, fico com a revelação de que o Partido finalmente se conseguiu identificar totalmente com o País, por idêntico ser o estado que atravessa!
Quanto à metáfora naval, não enjeito a do Titanic, mas com toda a inconsciência sub e sobrejacente, não lembrará mais «A NAVE DOS LOUCOS»?
Beijinho
Tem razão Paulo, a coisa parece estar mais para o lado da nave dos loucos...
EliminarBeijinho