quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Maior Flor do Mundo (1)



“Quem sabe se um dia virei a ler esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?”

(José Saramago)



As palavras são como as cerejas. Este repto do Rogério  na sequência disto constitui para mim uma grande motivação. Esta é a primeira história desta série -  "A Maior Flor do Mundo" - recontada pelas crianças, retirada daqui. Conta-nos uma história de Amizade, essa coisa aparentemente tão fácil, mas na realidade cada vez mais difícil de encontrar e cultivar. 

"Numa aldeia, uma aldeia chamada Aldeia do Pico, situada no pico da montanha, morava um rapaz. Esse rapaz era muito aventureiro, adorava andar por aí a descobrir novas coisas e novos “mundos”.

Numa bela tarde de Verão, estava o menino numa das suas aventuras, quando deu conta que estava perdido. Mas nada o fez parar. Ele continuou e seguiu o seu instinto. Andou, andou, andou e, finalmente, estava no cimo da montanha mais alta de toda a aldeia do Pico. Mas a visão dele não era muito entusiasmante. Apenas conseguia ver um vasto e deserto campo, nada mais, nada menos. Apenas havia um pequeno, e quase insignificante, sinal de vida. Era uma pequena, feia e murcha flor. Mas o menino tinha muita pena dela. Tentou ir buscar água, mas nada feito. Onde é que num campo tão seco, tão vasto, situado no pico da montanha, se poderia encontrar água?

Ele tentou ajudá-la o mais que podia. Tapou-a do quente e forte sol de Verão, que banhava a Aldeia do Pico, tentou protegê-la de tudo e de todos. Afastou as ratazanas que andavam a roer o seu caule e os grandes enxames que vinham para roubar o seu pouco pólen. Mas estava a anoitecer. O pobre rapaz estava cansado e sem forças. Até que adormeceu.

O dia tinha chegado. Ouvia-se o rouxinol que todos os dias cantava ao pé do quarto do rapaz, ouvia-se o antigo relógio de pêndulo que estava pendurado na parede dele, sempre no seu barulho “tic, tac, tic, tac…”.

– Bom! – o rapaz acordou disparado da cama. Ele nem sabia se estava a sonhar ou não. Estava sentado, na sua bela e fofa cama, com o seu adorado e antigo relógio de pêndulo e com o seu amigo rouxinol com sua bela e bonita voz. Mas o que o surpreendia mais nem era tudo isto. Mesmo em cima da sua mesa-de-cabeceira estava, num grande vaso, a flor que vira no dia anterior. Mas não parecia a mesma flor. Era bonita, com fortes e bonitas cores. O rapaz estava feliz.

Esta sim era a maior flor do mundo. Não em tamanho, mas sim em amizade.

Esta é a minha história. Foi assim que eu a contei. E é desta maneira que se faz uma história com palavras mais simples, e mais bonitas (segundo o escritor).

Benedita Sá e Cunha

4º Ano B

Colégio Sagrado Coração de Maria, Lisboa

Setembro de 2009"

5 comentários:

  1. Ariel
    Bonita versão...
    Não desista! As flores para serem grandes, precisam que as sua pequenas mãos carreguem mãos-cheias de palavras, vezes sem conta, até que a flor se agigante...
    Tem poucas visitas?
    Tem poucos comentários?
    Não desista!
    (no meu blogue, de inicio também foi assim...)

    Um beijo

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  2. Oh Rogério

    Claro que a Ariel não desiste. Não deixa o Rogério nem eu!

    :))))

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  3. Caro Rogério,

    Ainda não me conhece. Sou Touro, teimosa que nem uma burra (loira):)), e nunca me meto seja no que for para acabar por desistir, penso maduramente no assunto antes. Ademais e com toda a franqueza não ando cá pelos comentários, estava frita. Ainda agora comecei, isto é uma coisa para se ir fazendo, sem dramas nem expectativas, e sobretudo para me entreter.
    Em todo o caso, muito obrigada pelo seu incentivo, é para mim um grande estimulo.

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  4. Maria do Sol, a menina é uma amiga de grande elegância.
    :)))

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  5. Olá Ariel!

    Cheguei por via do amigo Rogério que me encaminhou para aqui.
    Adorei a tua versão da história infantil de Saramago.

    Não te conheço nem tu a mim mas já percebi que és jovem e eu... nem por isso. Por essa razão gostei que respondesses ao desafio do nosso querido Nobel da Literatura desta maneira simples mas eficaz.

    Obrigada linda e grande Flor!

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