Ainda não estou em mim com os resultados do concelho de Oeiras. A histeria do voto dos oeirenses é o sintoma local de um país doente, muito doente. E não vale a pena tapar o sol com a peneira, o destrambelhamento da votação em Isaltino, sim porque Vistas não vale um chavo e os bravos oeirenses nunca se dignariam olhar sequer dirigir-lhe o olhar, é uma reacção que merece uma análise à qualidade da nossa cidadania, aos valores que norteiam a nossa vida enquanto cidadãos, e daquilo que esperamos dos nossos políticos. E o retrato não é bonito. Sublinho no entanto que o candidato penetra Moita Flores, que todos julgavam que iria chegar, ver e vencer, dado taco a taco com o movimento Isaltino, foi clamorosamente derrotado, ficando atrás do candidato socialista, um jovem sem qualquer projecção nacional. As cadelas apressadas parem os filhos cegos... e isto vale para todos, comunicação social incluída.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Reflexão vespertina
Já tenho saudades [enfim] de Vitor Gaspar. Nem acredito no que estou a escrever, mas esta gente que ficou é completamente abaixo de cão.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Fucked
Tal como sucedeu com a Grécia, o FMI vem fazer o mea culpa relativamente às políticas de austeridade que a troika impôs a Portugal. Seguir-se-á a posição da Comissão Europeia e do BCE, que fazem de polícia mau, tal como sucedeu recentemente com as declarações do presidente do Eurogrupo de nome impronunciável, na âmbito da ronda levada a cabo por Portas com a Albuquerque à ilharga. Entretanto foram arruinadas famílias, o desespero tomou conta dos mais desprotegidos, o desemprego disparou, a esperança ceifada, os bancos enriqueceram, o estado de direito desrespeitado, os capatazes que ocupam o lugar de governantes ao serviço das tais políticas intencionalmente mortíferas, que agora se reconhece estarem erradas, continuam com a mesma cara de pau a pretender dar lições de moral aos portugueses e no fim ninguém vai preso.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Gente sem qualidades
Está novamente criada a bagunçada com as mentiras de miss Swap. Que a senhora tinha mentido com quantos dentes tem, já todos tinhamos percebido, salvo alguns aleijadinhos, ceguinhos e apoiantes dos nossos desvairados governantes e afins. As desculpas esfarrapadas do PSD são absolutamente patéticas. Que a bagunça é tanto mais grave no momento em que se encontram entre nós os representantes dos credores, vulgo troika, que tantas esperanças depositam em miss Swap, não restam dúvidas. É que a oposição nada mais pode fazer senão pedir a cabeça da ministra. Este é um daqueles casos em que ou Passos Coelho foi completamente enrolado numa estratégia política gizada pelo sábio Maduro de ataque ao anterior governo, uma manobra de diversão para esconder a sua incompetência pelos dois anos de inacção nesta matéria, avançando para uma comissão parlamentar de inquérito sem ter certezas do que iria encontrar pelo caminho, ou pelo contrário foi à aventura, atirou o barro à parede e ficou todo cagado. Em qualquer dos casos faz sentido lembrar a carta convenientemente esquecida de Vitor Gaspar, escrita quando se despediu do governo, deixando do primeiro-ministro o retrato de um homem sem qualidades. Esperemos pelas tristes cenas dos próximos capítulos.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
"Irei esmifrar-te até ao túmulo"
"Helder Rosalino, o secretário de Estado da Administração Pública, representa na perfeição a súcia de amanuenses sem escrúpulos que está a executar as políticas de empobrecimento do país. Alguém que faz olhando para os números, contabilizando cortes sem pensar em quem os sofre, sabendo que quando voltar ao seu gabinete de funcionário do Banco de Portugal tem uma situação de excepção à sua espera, desde o vencimento que aufere ao regime de pensões de que é beneficiário - estas não terão cortes com a lei do Governo. É errado julgarmos moralmente os actos políticos dos nossos adversários, como não se cansam de repetir os defensores destas políticas de direita? Muito pior é que esses actos políticos levem à miséria de forma amoral, sob a capa de necessidades tecnocráticas e "porque tem de ser". Quando as decisões políticas ignoram de forma ostensiva quem vai sofrer com as consequências dessas decisões, quando a política se torna desumana a ponto de ser mais importante pagar um dívida a uma instituição financeira estrangeira do que a pensão a um velho, entramos noutro território. Julgarei moralmente qualquer um que corte a pensão a um reformado de 90 anos. É isso - também - que me torna humano."
excerto da cronica de Ferreira Fernandes
domingo, 15 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Esperteza saloia
"Que maneira de fazer política! Que tristeza! Como é possível que ainda alguém pense que esta esperteza saloia pode render votos em Portugal?"
Fernanda Câncio
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
terça-feira, 10 de setembro de 2013
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
As insónias do tio Ângelo
A
gente ouve Passos Coelho em tom esganiçado e apopléctico falar em
"esperteza saloia" e dizer que está "delirante" e percebe que o tio Ângelo sinta necessidade de se demarcar deste delírio.
Ângelo Correia há uns tempos que vem zurzindo no protegido. Anda desiludido
e desgostoso, diz que o rapazola deixou de o ouvir. Tivesse sido mais exigênte quando andou com ele ao colo a impingi-lo aos portugueses. Agora, lágrimas de crocodilo não comovem ninguém.
domingo, 8 de setembro de 2013
(In)Seguro
"O secretário-geral do PS joga pelo seguro e aposta em mínimos para as autárquicas: um voto a mais já será uma vitória. Num sufrágio com mais de 4500 eleições distintas, esse voto a mais pode vir de uma freguesia recôndita com escassas dezenas de eleitores e apagará, segundo a aritmética política de António José Seguro, a perda de câmaras como, por exemplo a de Évora ou Braga.
Um critério tão defensivo não se estranharia num partido em declínio de popularidade por força da sua acçao no Governo, mas é revelador de fraqueza e falta de confiança vindo do partido da oposição que quer chegar ao poder dentro de dois anos. E que concorre em condições de vantagem absolutamente excepcionais, num país empobrecido e massacrado por políticas de austeridade levadas a cabo pelo seu principal adversário.
Contudo, para um chefe partidário poder invocar a especificidade destas eleições ou escapar ileso a uma eventual derrota, teria de reconhecer essa especificidade desde a primeira horas, o que implicava abster-se de apelos aos eleitores para que castiguem o Governo numa votação a que este não concorre. Pelo contrário, Seguro pede o julgamento do Executivo, sendo por isso natural que também seja julgado. Mesmo no caso de ganhar por um voto mas ficar com menos câmaras do que o PSD, pois aquilo a que decidiu chamar vitória corresponderá, de facto, a uma derrota política."
Fernando Madrinha, Um voto não basta, Expresso
sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
"Injusta Causa"
" Depois de dois orçamentos chumbados no Tribunal
Constitucional, por violação de princípios fundamentais do Estado de Direito no
corte de salários e de pensões, o Governo optou por apresentar à margem do
Orçamento a sua proposta de novos cortes orçamentais através de despedimentos
arbitrários na função pública.
Não adianta disfarçar a razão desta táctica legislativa: o próprio Governo suspeitava que a sua proposta era inconstitucional. Houvesse no Governo um pouco menos de cegueira ideológica ou um pouco mais de competência e essa suspeita seria uma certeza. Afinal, foi corroborando a opinião largamente maioritária entre os constitucionalistas que os juizes decidiram, por unanimidade, que a proposta do Governo era inconstitucional.
A tendência do Governo para entrar em rota de colisão com a Constituição não constitui uma novidade, nem uma surpresa. O que surpreende é a insuperável incompetência com que essa tensão tem sido gerida.
É certo, o primeiro-ministro diz que não tem problemas com a Constituição - só tem problemas com a interpretação que dela fazem, pelos vistos de forma unânime, os insensatos juizes do Tribunal Constitucional.
Acontece que esse binómio não existe: de um lado, a Constituição, em forma pura; do outro, as suas interpretações. O que há é a Constituição, tal como interpretada. E sendo sem dúvida legítimas - no plano jurídico e no plano político - diversas interpretações da mesma Constituição, compete ao Tribunal Constitucional, na sua jurisprudência, fixar, de forma vinculativa na nossa ordem jurídica, a interpretação válida da Constituição.
Dito de outra forma: se o primeiro-ministro tem problemas com a interpretação da Constituição fixada pelo Tribunal Constitucional, é porque tem problemas, de facto, com a própria Constituição. Logo que foi eleito líder do PSD, em 2010, Passos Coelho, no encerramento do XXXIII Congresso do seu partido, propôs uma revisão constitucional para impedir, e cito, "que o Estado nos enfie pela goela abaixo o social que cada Governo quer".
Pouco depois, explicou que pretendia "reformar amplamente o sistema", o que, segundo ele, e cito de novo, "com esta Constituição não é possível" (JN, 21 5-2010). Chegou mesmo a apresentar um projecto de revisão constitucional, que depois abandonou.
E nesse projecto propunha eliminar do art° 53º da Constituição a proibição do despedimento "sem justa causa", substituindo-o pela mera proibição do despedimento "sem razão legalmente atendível". Ficou claro, desde então, o que Passos Coelho pretende, tanto para o sector público como para o sector privado: viabilizar despedimentos que não cabem no amplo conceito constitucional de "justa causa", ou seja, viabilizar despedimentos por "causas injustas" ou arbitrárias.
O que não se compreende é que Passos Coelho, tendo desistido da sua revisão constitucional (certamente inviável, no plano político), ainda assim mantenha o seu programa legislativo contra os direitos constitucionalmente protegidos. Consequência: é cada tiro, cada melro - e o resultado não podia ser outro.
E não se diga que o Tribunal Constitucional não leva em devida conta a situação financeira do País: este é o mesmo Tribunal que, atenta precisamente a situação financeira, permitiu reduções salariais na função pública desde 2011, autorizou a contribuição extraordinária de solidariedade e se expôs à incompreensão geral quando decidiu - sem que o Governo, aliás, o tivesse pedido - diferir para o ano seguinte os efeitos da inconstitucionalidade do corte dos subsídios em 2012. Só que há limites para tudo e não pode tolerar-se que a Constituição seja suspensa para viabilizar um programa ideológico radical de resposta à crise com desprezo pelos princípios elementares do Estado de Direito.
O caso dos despedimentos na função pública é exemplar. Por cinco vezes - em sucessivos acórdãos proferidos em 1986, 1992, 2003, 2001 e, agora de novo, em 2013 - o Tribunal Constitucional explicou, pacientemente, que a Constituição não impõe o "emprego para a vida" no Estado ou, mais exactamente, que "a vitaliciedade do vínculo laborai público não encontra assento constitucional".
Ou seja: a Constituição não proíbe os despedimentos na função pública. Mas o Tribunal explicou também que o emprego público não está excluído da proibição constitucional do despedimento sem justa causa. Sucede que o Governo propôs para o sector público um regime mais gravoso do que o do sector privado, em que o despedimento passaria a ser possível não por razões disciplinares ou verdadeiramente objectivas mas em função de arbitrariedades que não podiam caber, de forma alguma, no conceito constitucional de justa causa.
Em suma, o Governo pretendia despedimentos na função pública por causas injustas. Travar tamanha injustiça em matéria de direitos fundamentais só pode ser uma decisão juridicamente acertada - e um manifesto sinal de bom senso. "
Pedro Silva Pereira - Jurista, Diário Económico
Não adianta disfarçar a razão desta táctica legislativa: o próprio Governo suspeitava que a sua proposta era inconstitucional. Houvesse no Governo um pouco menos de cegueira ideológica ou um pouco mais de competência e essa suspeita seria uma certeza. Afinal, foi corroborando a opinião largamente maioritária entre os constitucionalistas que os juizes decidiram, por unanimidade, que a proposta do Governo era inconstitucional.
A tendência do Governo para entrar em rota de colisão com a Constituição não constitui uma novidade, nem uma surpresa. O que surpreende é a insuperável incompetência com que essa tensão tem sido gerida.
É certo, o primeiro-ministro diz que não tem problemas com a Constituição - só tem problemas com a interpretação que dela fazem, pelos vistos de forma unânime, os insensatos juizes do Tribunal Constitucional.
Acontece que esse binómio não existe: de um lado, a Constituição, em forma pura; do outro, as suas interpretações. O que há é a Constituição, tal como interpretada. E sendo sem dúvida legítimas - no plano jurídico e no plano político - diversas interpretações da mesma Constituição, compete ao Tribunal Constitucional, na sua jurisprudência, fixar, de forma vinculativa na nossa ordem jurídica, a interpretação válida da Constituição.
Dito de outra forma: se o primeiro-ministro tem problemas com a interpretação da Constituição fixada pelo Tribunal Constitucional, é porque tem problemas, de facto, com a própria Constituição. Logo que foi eleito líder do PSD, em 2010, Passos Coelho, no encerramento do XXXIII Congresso do seu partido, propôs uma revisão constitucional para impedir, e cito, "que o Estado nos enfie pela goela abaixo o social que cada Governo quer".
Pouco depois, explicou que pretendia "reformar amplamente o sistema", o que, segundo ele, e cito de novo, "com esta Constituição não é possível" (JN, 21 5-2010). Chegou mesmo a apresentar um projecto de revisão constitucional, que depois abandonou.
E nesse projecto propunha eliminar do art° 53º da Constituição a proibição do despedimento "sem justa causa", substituindo-o pela mera proibição do despedimento "sem razão legalmente atendível". Ficou claro, desde então, o que Passos Coelho pretende, tanto para o sector público como para o sector privado: viabilizar despedimentos que não cabem no amplo conceito constitucional de "justa causa", ou seja, viabilizar despedimentos por "causas injustas" ou arbitrárias.
O que não se compreende é que Passos Coelho, tendo desistido da sua revisão constitucional (certamente inviável, no plano político), ainda assim mantenha o seu programa legislativo contra os direitos constitucionalmente protegidos. Consequência: é cada tiro, cada melro - e o resultado não podia ser outro.
E não se diga que o Tribunal Constitucional não leva em devida conta a situação financeira do País: este é o mesmo Tribunal que, atenta precisamente a situação financeira, permitiu reduções salariais na função pública desde 2011, autorizou a contribuição extraordinária de solidariedade e se expôs à incompreensão geral quando decidiu - sem que o Governo, aliás, o tivesse pedido - diferir para o ano seguinte os efeitos da inconstitucionalidade do corte dos subsídios em 2012. Só que há limites para tudo e não pode tolerar-se que a Constituição seja suspensa para viabilizar um programa ideológico radical de resposta à crise com desprezo pelos princípios elementares do Estado de Direito.
O caso dos despedimentos na função pública é exemplar. Por cinco vezes - em sucessivos acórdãos proferidos em 1986, 1992, 2003, 2001 e, agora de novo, em 2013 - o Tribunal Constitucional explicou, pacientemente, que a Constituição não impõe o "emprego para a vida" no Estado ou, mais exactamente, que "a vitaliciedade do vínculo laborai público não encontra assento constitucional".
Ou seja: a Constituição não proíbe os despedimentos na função pública. Mas o Tribunal explicou também que o emprego público não está excluído da proibição constitucional do despedimento sem justa causa. Sucede que o Governo propôs para o sector público um regime mais gravoso do que o do sector privado, em que o despedimento passaria a ser possível não por razões disciplinares ou verdadeiramente objectivas mas em função de arbitrariedades que não podiam caber, de forma alguma, no conceito constitucional de justa causa.
Em suma, o Governo pretendia despedimentos na função pública por causas injustas. Travar tamanha injustiça em matéria de direitos fundamentais só pode ser uma decisão juridicamente acertada - e um manifesto sinal de bom senso. "
Pedro Silva Pereira - Jurista, Diário Económico
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Perplexos e mal pagos
"Pensava-se que Paulo Portas iria levar na mala as suas "perplexidades" e exigir aos "senhores da troika" menos austeridade e uma meta mais realista para o défice."
[...]
"Vai ser difícil para os portugueses, muitos dos quais partilham da perplexidade do vice-primeiro-ministro, ver Portas regressar sem ter feito uma reivindicação para flexibilizar o programa. Uma coisa é tentar e não conseguir. Outra bem diferente é nem sequer tentar e não ser coerente com aquilo que se defendeu no passado."
A choldra do costume, no Publico, retirado daqui.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Cunhal, um icone imortal
Judite de Sousa apresentou ontém o seu livro sobre o lado mais pessoal da vida de Álvaro Cunhal. Da variada assitência faziam parte desde o ex-doutor lusófono Relvas, ao sempre em pé Marques Mendes, acabando no, pois não podia deixar de ser vai a todas, Marcelo Rebelo de Sousa. De caminho encontramos o eterno enfurecido Medina Carreira, a inenarrável Teresa Caeiro e outras individualidades avulsas. Estou convencida de que, para além da natural vaidade que sempre lhe assistiu, Álvaro Cunhal deve estar aos pulos na tumba ao ver-se homenageado por esta tropa fandanga. Por mim, ao ouvir o Relvas e o pequeno Mendes tecer loas a Álvaroa Cunhal fiquei assim com uma estranha sensação como que de absorção...
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Não basta trocar de seguro...
"Antonio Gramsci dizia que "a crise é quando o que é velho está a morrer e o que é novo não consegue nascer". Estamos a assistir à agonia do capitalismo financeiro, que pode ser longa e ter consequências ainda mais devastadoras, mas os partidos da IS e, concretamente, o PS português, continuam em estado de letargia ideológica e política, quando seria legítimo esperarmos deles a formulação de programas bem diferentes, com propostas inovadoras claramente distintas do neoliberalismo vigente."
Alfredo Barroso, "O PS Política e ideolígicamente à deriva", um excelente artigo no jornal i
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
L' Etat c'est moi
A falta de cultura democrática e a convicção pessoal de que se trata de um iluminado enviado pelos deuses para salvar o páis, fez com que Passos Coelho produzisse uma declaração de guerra inusitada ao Tribunal Constitucional. Raivoso, desesperado, impaciente, Passos Coelho considera que só a sua interpretação da Constituição é válida. Por vontade dele acabava já com o Tribunal Constitucional e a Lei seria determinada pelo governo. A Constituição, que jurou cumprir, não é mais do que um trapo velho que urge substituir por algo à sua imagem e semelhança. A frase a propósito dos desempregados é um escarro sem perdão.
domingo, 1 de setembro de 2013
Doce vingança
O Álvaro que como todos sabemos se mostrou encantado com as virtualidades que o pastel de nata poderia oferecer para o crescimento do PIB, saiu de mansinho do governo, mas como quem não quer a coisa, já tem previsto o lançamento de um livro para breve. Com aquela cara de lorpa deslumbrado que Deus lhe deu prepara a vingança e vai servi-la fria. Mal posso esperar.
sábado, 31 de agosto de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Novo chumbo
Vai por aí um alarido em surdina, por causa do Tribunal Constitucional ter chumbado a requalificação da função pública. As dúvidas sobre a constitucionalidade da medida eram evidentes, se assim não fosse Cavaco Silva não teria remetido o diploma para análise, e o próprio Passos Coelho antecipou no Pontal o "perigo" dessa desconformidade. Assim sendo, a pergunta que fica é , porque insiste o governo sucessivamente em medidas inconstitucionas"? Sim, porque a vingança e a desforra não se farão esperar. Será este o objectivo último deste governo de revanchistas?
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Fia-te na virgem....
Está instalado o passa culpas e sacudir água do capote relativamente a um gráfico do FMI que pretende mostar que Portugal precisa de baixar mais salários, flexibilizar ainda mais as relaçoes trabalho e uma dose de sevícias suplementares para além das que já foram infligidas aos trabalhadores portugueses. Ora o que se passa é que o Governo deixou que o FMI publicasse o tal gráfico com elementos parciais sem um pio, sem um ai, por alguma razão. Há quem sustente que se trata da habitual subserviência dos passarolas governamentais para os nossos credores, não vamos irritá-los agora, depois logo se corrige. Só que o mal está feito, o FMI diz que sim mas que também e o governo aproveita para prosseguir a sua política de medo e intimidação até tornar a nossa mão de obra competitiva com a do Paquistão ou da China.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
"I have a dream", foi há 50 anos
Um discurso memorável e profético de Martin Luther King, Prémio Nobel da Paz em 1964 pelo o combate à desigualdade racial através da não violência, foi assassinado cinco anos mais tarde em Memphis.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Português suave
Até este momento, já ardeu em 2013 mais área do que em 2007 ou 2008. O quarto bombeiro acaba de falecer. No entanto uma estranha calma parece ter tomado conta dos orgãos de comunicação social, ninguém pergunta onde está o primeiro-ministro em funções, as televisões não passam o rodopio de autarcas a queixarem-se de abandono ou de bombeiros a queixarem-se de falta de meios, nem foi convocada nenhuma reunião urgente do parlamento para tirar a limpo e debater as responsabilidades de tamanha tragédia. É assim com a direita no poder, o Dr. Portas foi a banhos, o senhor Passos faz campanha eleitoral em Sintra para segurar o bronco do Pedro Pinto e atirar as responsabilidades para o governo de Guterres pelo pagamento de uma dívida contraída no governo de Barroso e toda a oposição se mantém num apagado e comprometido silêncio...Só posso concluir, que os incêndios só eram maus porque era o capeta do Sócrates que estava ao leme.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
A lei da vida
Vai para aí uma polémica em diveros registos a propósito da morte de António Borges. Não danço da alegria sobre a campa de ninguém, mas nada me obriga a sentir tristeza pela morte de quem durante a vida, considero responsável moral pela desgraça colectiva que os portugueses estão a viver. António Borges foi um banqueiro que defendeu os interesses dos banqueiros à custa do sangue suor e lágrimas dos mais fracos, dos mais desprotegidos, dos mais vulneráveis. Essa circunstância não se altera pelo facto de ter morrido. É desta forma que o recordarei, por mais brilhante que tenha sido. A inteligência não é um valor absoluto. A morte de alguém é sempre um acontecimento infeliz. Deixará tristes alguns, certamente os seus próximos, familia, amigos e corregelinários, e completamente indiferentes outros, como é o meu caso.
domingo, 25 de agosto de 2013
sábado, 24 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Homenagem a Ana Rita
Nesta
época de incêndios já morreram três bombeiros. Mas parece que no pasa
nada...., tranquilamente o ministro diz que não há falta de meios, os
incêndios é que são muito maus. Alguém ainda se lembra da forma como a
comunicação social confrontava o anterior governo, e das aberturas dos
telejornais das três televisões? O Rui Pereira só não era lançado às
chamas por caridade cristã. Mas isso foi no tempo em que os animais falavam, agora é tudo normal e o tuga assobia para o lado.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
O horror na terra dos Kims
"Não fazia ideia do que me iam fazer. Pensei que iam cortar a minha mão
inteira, pelo pulso, portanto fiquei grato por apenas terem cortado um
dedo."
"Era a primeira vez que via um recém-nascido, por isso senti-me feliz",
disse. "Mas de repente ouviram-se passos e um guarda veio e disse à mãe
para pôr o bebé de cabeça para baixo numa tigela de água. A mãe pedia
para ele a poupar, mas o guarda só lhe batia. Por isso a mãe, com as
mãos a tremer, pôs a cara do bebé na água. O choro parou e uma bolha
surgiu na água quando ele morreu. Uma avó que tinha ajudado no parto
levou-o."
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
"Les portugais sont toujours gais"
A Vida é Bela é irrecuperável, deixa uma dívida de 13 milhões. Não foi possivel contactar António Quina que se encontra a viver no Brasil desde 2011.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O regresso da sopa dos pobres
"O filho mais velho de Cláudia tem dez anos e acompanha a mãe e os dois irmãos
mais pequenos à cantina social de Matosinhos. Levam sacos com recipientes vazios
que vão levar para casa com o almoço da família. Pai e mãe estão desempregados e
o subsídio de desemprego não chega para cobrir as despesas e comprar comida para
todos. Ao entrar na cantina, o rapaz cruzou-se com um colega da escola, que deve
ter percebido o que a família ia fazer. "Que vergonha!", disse o rapaz à mãe.
A história é contada numa reportagem de Ana Cristina Pereira, publicada há poucos dias nestas páginas, a par de um artigo de Andreia Sanches sobre o Programa de Emergência Alimentar. E nós não podemos senão repetir, como o filho mais velho de Cláudia, "Que vergonha!".
Que vergonha que o Governo de Passos Coelho esteja a mergulhar cada vez mais famílias na pobreza, a destruir os apoios sociais a que todos os cidadãos têm direito nos momentos de necessidade e para os quais todos contribuímos, e a substituí-los por humilhantes programas de caridade, onde os direitos se transformam em esmolas, onde a dignidade das pessoas é ofendida, onde a sua autonomia é negada, onde a sua perda de estatuto é ofensivamente reiterada dia após dia.
É infame que o ministro Mota Soares envergonhe o filho mais velho de Cláudia, uma criança de dez anos cujo único crime é ter pais desempregados. É infame que o ministro Mota Soares apenas aceite alimentar os filhos das Cláudias em troca da sua humilhação. Mas Mota Soares, que de facto é não só ministro para a Promoção da Miséria mas também grão-mestre da Humilhação dos Pobres, não se fica por aqui. Há todos os dias milhares e milhares de crianças que comem a sopa da caridade, sob o olhar envergonhado dos pais, e que rezam para que nenhum colega da escola os veja entrar numa cantina social ou entrar de sacos vazios e sair de sacos cheios de uma IPSS ou de um Centro Paroquial.
Mota Soares pode achar esta vergonha despropositada em miseráveis, pode considerar que todos eles têm muita sorte por ter a sua sopinha grátis e pode até argumentar que seria pior se não a tivessem, mas a questão é que o Estado tem o dever de proteger os direitos das pessoas em geral e dos seus cidadãos mais frágeis em particular e que estas doações não são senão retribuições que a sociedade lhes deve – como no-las deve a cada um de nós em de necessidade porque todos contribuímos solidariamente uns para os outros. Mota Soares não percebe que o seu papel é gerir os recursos de todos de acordo com as políticas solidárias que a sociedade colectivamente sancionou e não impor um programa de submissão dos pobrezinhos para aterrorizar os trabalhadores e facilitar o ataque aos seus direitos. Mota Soares não percebe que as pessoas são todas iguais em direitos e dignidade e que não pode impor aos filhos dos mais pobres o que nunca admitiria que fosse imposto aos seus filhos. Mota Soares não percebe que está a vender a sua sopa a um preço demasiado alto.
Mota Soares não percebe que é abjecto organizar apoios sociais de uma forma que humilha os necessitados, que eterniza a sua dependência porque não lhes permite qualquer autonomia e que nem sequer é a mais eficiente.
Há 415.000 portugueses que vivem de alimentos doados, quer pelo Banco Alimentar contra a Fome quer pelas cantinas sociais do Programa de Emergência Alimentar. Se somarmos a estes os que são alimentados por organizações privadas que não estão ligadas àqueles programas e por indivíduos a título pessoal, o número excederá certamente o meio milhão. Meio milhão de pessoas que só podem comer todos os dias se forem pedir comida.
O Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades, mas todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional. Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa mas reduz o RSI? Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover. O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro. A sopa é só sopa. Não permite veleidades.
Usando habilmente de uma propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo.
Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa. "É bom para o Governo e para a alma", sonha Mota Soares. "É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus." É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres. Por isso e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros."
A história é contada numa reportagem de Ana Cristina Pereira, publicada há poucos dias nestas páginas, a par de um artigo de Andreia Sanches sobre o Programa de Emergência Alimentar. E nós não podemos senão repetir, como o filho mais velho de Cláudia, "Que vergonha!".
Que vergonha que o Governo de Passos Coelho esteja a mergulhar cada vez mais famílias na pobreza, a destruir os apoios sociais a que todos os cidadãos têm direito nos momentos de necessidade e para os quais todos contribuímos, e a substituí-los por humilhantes programas de caridade, onde os direitos se transformam em esmolas, onde a dignidade das pessoas é ofendida, onde a sua autonomia é negada, onde a sua perda de estatuto é ofensivamente reiterada dia após dia.
É infame que o ministro Mota Soares envergonhe o filho mais velho de Cláudia, uma criança de dez anos cujo único crime é ter pais desempregados. É infame que o ministro Mota Soares apenas aceite alimentar os filhos das Cláudias em troca da sua humilhação. Mas Mota Soares, que de facto é não só ministro para a Promoção da Miséria mas também grão-mestre da Humilhação dos Pobres, não se fica por aqui. Há todos os dias milhares e milhares de crianças que comem a sopa da caridade, sob o olhar envergonhado dos pais, e que rezam para que nenhum colega da escola os veja entrar numa cantina social ou entrar de sacos vazios e sair de sacos cheios de uma IPSS ou de um Centro Paroquial.
Mota Soares pode achar esta vergonha despropositada em miseráveis, pode considerar que todos eles têm muita sorte por ter a sua sopinha grátis e pode até argumentar que seria pior se não a tivessem, mas a questão é que o Estado tem o dever de proteger os direitos das pessoas em geral e dos seus cidadãos mais frágeis em particular e que estas doações não são senão retribuições que a sociedade lhes deve – como no-las deve a cada um de nós em de necessidade porque todos contribuímos solidariamente uns para os outros. Mota Soares não percebe que o seu papel é gerir os recursos de todos de acordo com as políticas solidárias que a sociedade colectivamente sancionou e não impor um programa de submissão dos pobrezinhos para aterrorizar os trabalhadores e facilitar o ataque aos seus direitos. Mota Soares não percebe que as pessoas são todas iguais em direitos e dignidade e que não pode impor aos filhos dos mais pobres o que nunca admitiria que fosse imposto aos seus filhos. Mota Soares não percebe que está a vender a sua sopa a um preço demasiado alto.
Mota Soares não percebe que é abjecto organizar apoios sociais de uma forma que humilha os necessitados, que eterniza a sua dependência porque não lhes permite qualquer autonomia e que nem sequer é a mais eficiente.
Há 415.000 portugueses que vivem de alimentos doados, quer pelo Banco Alimentar contra a Fome quer pelas cantinas sociais do Programa de Emergência Alimentar. Se somarmos a estes os que são alimentados por organizações privadas que não estão ligadas àqueles programas e por indivíduos a título pessoal, o número excederá certamente o meio milhão. Meio milhão de pessoas que só podem comer todos os dias se forem pedir comida.
O Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades, mas todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional. Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa mas reduz o RSI? Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover. O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro. A sopa é só sopa. Não permite veleidades.
Usando habilmente de uma propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo.
Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa. "É bom para o Governo e para a alma", sonha Mota Soares. "É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus." É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres. Por isso e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros."
José Vitor Malheiros, Público, "o regresso da sopa dos pobres como modelo de apoio social"
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Arte circense
Os kamikases são tipos corajosos, com a vantagem de não levarem ninguém atrelado à sua coragem suicida.
O trocadilho para não chamar a Passos Coelho um burro obstinado e fanático, é a forma trapalhona de Marcelo continuar a apoiar o governo, fazendo de conta que critica. Sabe muito, as presidênciais vêm longe, mas é uma corrida de fundo.
domingo, 18 de agosto de 2013
Euforias problemáticas...
"O INE acaba de divulgar, sob a forma de estimativa rápida, que o PIB cresceu 1,1% quando comparado com o trimestre anterior e logo me acordaram bem cedo pela manhã a questionar: "Será isto o fim da recessão? [...] quando olhamos para os dados do PIB e os comparamos com os do trimestre homólogo do ano anterior, ficamos logo com a sensação de que o lobo mais não passa de um gato bravo assanhado...O PIB continua a cair e caiu 2% perante 2012.
Além disso, em 13 dos últimos 19 anos a nossa economia sempre cresceu do primeiro para o segundo trimestre e, sendo assim, este aumento agora verificado deixa de ser de todo extraordinário...Isto é, nem assanhado está o gato bravo..."
João Duque, Pedro e o Lobo, Expresso
sábado, 17 de agosto de 2013
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Seara ao vento
Sempre embirrei com António Capucho. Irrita-me a o seu ar de galã dissimulado, a mediania das suas intervenções e mais recentemente, a auto-complacência e soberba para não justificar cabalmente as razões da renuncia ao mandato de Presidente da Câmara de Cascais. Os problemas de saúde invocados são uma panaceia para tudo e mais alguma coisa. Quando os políticos se querem ver livres de cargos políticos, são imediatamente assaltados por problemas de saúde. É evidente que as coisas lhe sairam furadas com a liderança de Pedro Passos Coelho. O homem de Massamá e da Manta Rota, locais onde Capucho nunca na vida se deverá ter abeirado, tratou por cima da burra o "aristocrata" da Linha, e Capucho sabe que só continuará na ribalta por oposição a Passos Coelho.
Dito isto, Capucho vem denunciar e com razão, os jogos de mercearia política na escolha do candidato sucessor de Seara na Câmara de Sintra. As coisas não estão a correr nada bem a Pedro Pinto, ex santanista militante, que se viu na contingência de recorrer ao apoio de Seara, numa campanha de propaganda inédita e que deveria envergonhar os dois, se qualquer deles tivesse vergonha na cara. Uma pessoa já nem sabe bem como classificar um gajo que é cândidato à Câmara de Lisboa, e que se predispõe a fazer campanha ao lado de um cândidato a uma outra autarquia. Será o grau zero da política, ou ainda é possivel descer mais baixo? Já de Pedro Pinto nem vale a pena falar, ele encarrega-se de demonstrar a sua absoluta nulidade.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
O bombeiro de Barroso
..."eu era presidente da Câmara da Figueira, ia fazer o segundo mandato, chega lá o
Dr. Durão Barroso e disse: 'tens de vir para Lisboa porque é contra o eng°
Guterres, temos de ganhar as autárquicas, o governo é muito mau para
Portugal...' andou ali dois meses a dar-me cabo do juízo. Eu a dizer, não vou,
não quero. Pronto, tive de vir. Não esperava nada. Em Lisboa, a meio do mandato,
adorava o que estava a fazer, e em noite de eleições europeias, diz-me: 'olha,
prepara-te porque se calhar vou para presidente da Comissão, vens de me
substituir'. Outra vez a mudar-me a vida... e pronto, fui exercer o cargo do
primeiro-ministro..."
Um pau para toda a obra !
terça-feira, 13 de agosto de 2013
O Mascarilla... pois
"Mascarilha, Tonto e a Letónia
Enquanto em Portugal, PSD e PS discutem de forma inflamada quem é que tem "swaps" debaixo da cama, evitando assim discorrer sobre como vamos pagar a enorme dívida portuguesa, a Europa parece uma estátua de gelo. Espera que Ângela Merkel seja reeleita. A seguir virá o novo resgate à Grécia. A seguir olhar-se-á para as contas de Portugal. A UE colocará, então, a máscara negra na cara e transformar-se-á em "O Mascarilha", o justiceiro das pradarias do sul da Europa. A seu lado surgirá o índio Tonto, papel desempenhado pelo comissário Olli Rehn, que tem como modelo económico a Letónia. Ou seja, para Rehn a luz que deve iluminar a Europa do sul deve ser um país onde a emigração foi enorme, onde os salários foram reduzidos um terço, em que a assistência social quase não existe. Para Rehn, fiel ajudante do Mascarilha, é preciso é cortar. A Grécia fez isso com os resultados visíveis. Tornou-se um país impossível, que agora destrói as últimas florestas para criar empreendimentos turísticos. Ao fundo vislumbra-se o deserto. Aplicar isso à Espanha, e depois à Itália e à França, parece ser a política do faroeste: dispara-se primeiro e pergunta-se depois. Sobre Portugal já nem vale a pena falar. A estratégia de criação de soberanias de ficção, como dizia há dias o filósofo Jurgen Habermas no "Der Spiegel", continua a avançar a todo o vapor, perante a perplexidade dos cidadãos e o silêncio dos líderes políticos entretidos a discutir a bondade dos seus "swaps". Mascarilha e Tonto apontam a direcção. Juntos seguirão o trote do cavalo Silver rumo ao horizonte desconhecido na Letónia criado pela austeridade, com Mascarilha a gritar: "Hi-yo Silver, away"! "
Fernando Sobral
Jornal de Negócios
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Luz e sombra
Não admira que Mesquita Machado considere que "tudo o resto deve ser abstraído" porque o cónego foi "um bracarense dos sete costados". Há determinado tipo de gente do partido socialista que nunca deveria ter nascido. Foi uma pena que nenhum dos atentados bombistas apoiados pelo cónego não tivesse atingido as pernas do Machado. Tenho uma leve desconfiança de que a opinião dele hoje seria outra.
sábado, 10 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Urbano
Tenho sempre algum pudor em adjectivar alguém que parte. No caso de Urbano Tavares Rodrigues, não há que temer o risco de sermos excessivos. O homem e o escritor.
Porcaria na ventoinha
A guerra dos suópes já fede. Desde o primeiro momento o governo decidiu abrir uma frente político-partidária como forma de justificar dois anos de incompreensível inactividade, com a acumulação de juros insustentáveis da dívida das empresas públicas que compraram produtos tóxicos, deixou-se enredar numa teia de meias verdades, mentiras e tentativas de passa culpas, que se viraram contra si. À conta dos suópes, já foram despachados três secretários de estado e a ministra da finanças tenta resisitir firme e hirta, somando asneira atrás de disparate, acrescidos do facto de o demissionário Joaquim Pais Jorge ter sido uma escolha da sua confiança pessoal. Se ninguém vê um problema nisto, já não sei o que é um problema. Em desespero de causa, o governo divulgou uma história mirabolante, reproduzida por imprensa amiga, onde promove a heroi Franklim Alves, o tal que não enxergou qualquer irregularidade na sua passagem pelo BPN. Para isso, não hesitou em divulgar documentos, que a ética, se a houvesse, manteria em bom recato.
Este governo tem um problema congénito irremediável, e não se chama Maria Luís Albuquerque. O problema foi claramente identificado na carta de demissão de Vitor Gaspar, chama-se Pedro Passos Coelho. O resto são cenas lamentáveis sem quaisquer ganhos de causa, que ajudam a afundar, se isso ainda é possível, esta podre classe política.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
"Inconsistências problemáticas"
Isto faz-me lembrar uma história que a minha mãe conta muitas vezes para ilustrar a arte das mentirinhas das crianças. Era uma vez uma criança de três anos e meio que cheia de curiosidade pelo uso das tesouras, pegou numa e estraçalhou sem apelo nem agravo uma colcha de seda. A criança recusava-se a admitir a culpa. - Não fui eu, não fui eu - dizia obstinada. Então a mãe resolveu forçar a confissão recorrendo a um estratagema intimidatório. Disse-lhe a mãe, vou escrever uma carta ao menino Jesus, que vê tudo, para ele me dizer quem foi que cortou a colcha, e depois logo se vê. A criança amuou, mas não se deu por vencida. Passados dois dias disse-lhe a mãe - olha, está aqui a carta do menino Jesus que diz que foste tu que cortaste a colcha com esta tesoura grande. Mentiroso, atirou-lhe a criança ofendida, foi com a mais pequenina.
Como se percebe, a criança era eu e desde essa altura não voltei a acreditar no menino Jesus.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Alucinante Julius
De regresso ao trabalho, é com uma dose suplementar de preguiça que regresso à normalidade. O alucinante mês de Julho teve de tudo. Por uma qualquer conjugação astral parece que uma série de desenlaces camuflados, mas que há muito se supunham maduros, eclodiram em cascata e desaguaram no mês sete do tumultuoso ano da graça de 2013. Não vale a pena remoer uma novela enxovalhada e gasta com protagonistas a quem ninguém de bom senso compraria uma viatura em segunda mão. O certo é que o rescaldo das operações que conduziram à solução de compromisso assinada e jurada pelos dois parceiros da coligação no governo, está longe de estar concluída. Os swaps agora duplamente representados no governo pelo SE do Tesouro, ameaçam ainda fazer correr rios de tinta, acoplado à nova manchete de Machete implicado na podridão dos ganhos obscenos com os títulos do BPN, não deixarão de oferecer lenha para alimentar a fogueira onde irá ser cozinhado o Orçamento de Estado para 2014. Pelo meio o resultado das eleições autárquicas será a pièce de résistence de Seguro na liderança do PS, não sendo de excluir que tudo possa estar em aberto caso não se confirme um resultado suficientemente positivo, consistente e de acordo com as expectativa legítimas de um partido na Oposição num ano de todas as crises.
Fui a banhos na segunda metade do mês. Bom tempo, a temperatura da água entre os 19 e 20 graus, seria até pecado pedir melhor. A crise fez-se sentir de forma muito aguda nas praias do sudoeste alentejano. Não precisei de dados oficiais para verificar que a taxa de ocupação de apartamentos e idas ao restaurante caiu dois terços dos valores normais para a época. Usufrui pelas piores razões, de praias desertas, restaurantes a meio gás e esplanadas quase vazias.
Setembro não parece que traga melhoras.
sábado, 13 de julho de 2013
Férias
Vou-me a banhos. A menos que caia um meteorito, só voltarei ao blogue lá para agosto. Fiquem bem, até já.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Reformada aos 40
Eu pecadora me confesso que dei o benefício da dúvida à menina, a verdade é que pela mão de Passos Coelho as meninas promovidas parecem sofrer todas de transtorno de personalidade. Deve ser o mau karma do rapazola.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
O sobressalto do morto vivo
Para espanto geral a múmia da Belém deu um piparote na dupla Passos/Portas. De forma capciosa e baralhativa fixou na prática a duração do actual governo até Junho de 2012. Veio ao de cima o espírito vingativo da criatura, que depois de ter posto a mão por baixo do governo, foi ridicularizado na praça pública na tomada de posse de Miss suápe Albuquerque como Ministra das Finanças pelo pedido de demissão do irrequieto Portas. Esta é a novidade, porque quanto à resolução do imbróglio, estamos todos mais troikados do que já estávamos. Vem aí um governo de iniciativa presidencial? é o que parece.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Flic flac à retaguarda
Uma bailarina em pontas e em fim de carreira.... quando perguntado "se a Bolívia não tem de se ofender com a decisão de Portugal, qual a razão de se queimarem bandeiras portuguesas."a bailarina não respondeu, certamente para para não "importar problemas", uma vez que o país está em contenção de importações...
terça-feira, 9 de julho de 2013
Brincar aos espiões
Quem me lê, sabe que sou tudo menos "anti-americana" primária. Isto vai-nos custar muito caro, as relações privilegiadas e de amizade que tradicionamente Portugal mantém com a América Latina não têm preço, e muito menos um preço que os States estejam dispostos a pagar como compensação das mais do que evidentes perdas e danos. É no que dá ter entregue o país à garotada.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
No país das jonetes
domingo, 7 de julho de 2013
Baralhar e voltar a dar
No meio do delírio alucinante da reconciliação Coelho/Portas, com claros ganhos para o homem dos submarinos, conclui-se que a dissimulação compensa. É verdade que o Presidente ainda não se pronunciou, mas ninguém no seu perfeito juízo o imagina a tomar outra atitude que não seja a da bênção da reconciliação dos amores desavindos. Mas nem tudo é mau, a partir de agora as possibilidades de namoros e/ou hipotéticas alianças do futuro partido do táxi com o Partido Socialista ficam completamente comprometidas. São boas notícias.
sábado, 6 de julho de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
O cabaret da coxa
O país assiste entre a estupefacção e o medo ao desenrolar de um folhetim tide, nas palavras de António Costa na Quadratura do Circulo. Eu já lhe chamei novela mexicana de quinta ordem, qualificativos hã-os para todos os gostos, o que não há é qualquer sentido para o que se está a passar. A direita portuguesa, que tanto gosta de espetar farpas no lombo da esquerda bem pode limpar as mãos à parede. Cavaco Silva, que segundo uns deu posse a uma ministra, desconhecendo que Paulo Portas tinha já apresentado o pedido de demissão, segundo outros, que desse facto teve conhecimento uma hora antes da posse, não sai melhor nesta fotografia esburacada que qualquer dos outros dois personagens da novela. Na hipotese de desconhcer tinha obrigação de já ter falado ao país, impondo alguma ordem e exercendo os seus deveres. Se teve conhecimento prévio, participou conscientemente numa farsa o que é gravissimo, prega mais um prego no caixão da sua credibilidade, incapacidade, falta de qualidades para exercer o cargo, unir e tranqulizar o país. Os portugueses sentem-se abandonados, entregues à sua sorte, com uma grave crise de representação ao nível das instituições, sentem-se enganados, traídos e humilhados. Passa pela cabeça de alguém, que o presidente esteja hoje a discutir o pós-troika com economistas, quando o segundo partido da coligação já adiou o congresso deste fim de semana, e pelos dados conhecidos parece cada vez mais improvável um acordo que possa ser levado a sério entre Passos Coelho e Paulo Portas? Então agora já não é urgente tranquilizar os mercados? É preciso correr com esta gentalha toda, mas toda, fonte de instabilidade e incompetência inimagináveis, a começar na presidência da república e acabar no governo. É urgente eleições, já!
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Novela mexicana
A balburdia não pode continuar. Depois dois anos penosos, de sacrifícios, de destruição da economia do crescimento do desemprego, ainda temos de levar em cima com um espectáculo inconcebível, deprimente de uma novela mexicana de quinta ordem. Rua!
terça-feira, 2 de julho de 2013
A carta assassina...
Alguém disse que a demissão do ministro das finanças Vitor Gaspar foi um tiro no porta-aviões. A mim parece-me que é uma avaliação por defeito, isto é sim o completo afundanço do porta-aviões. Vitor Gaspar acusa o Primeiro Ministro numa carta, procedimento inédito num ministro demissionário, de o ter desautorizado ao não lhe ter dado mandato atempado para fechar a sétima avaliação da troika, e de falta de coesão no governo. Com a nomeação para Ministra das Finanças de Miss Swap Albuquerque, laranjinha da confiança pessoal e política do primeiro ministro, sem flexibilidade negocial, em guerra aberta com o maior partido da oposição, acentua-se a solidão política de Passos Coelho e tem início a agonia final deste governo. A tragédia é que a agonia do governo arrasta consigo mais desgraça e devastação para o país e os portugueses.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Sounds you familiar?
"O Departamento de Educação de Los Angeles, nos Estados Unidos, vai dar um grande passo na revolução do ensino naquele país: mais de 640 mil alunos do ensino público vão receber um iPAD, que substituirá os manuais em papel. Foram já aprovados 23 milhões de euros para a remessa inicial de tablets da Apple, considerados os mais adequados ao download dos livros - através da APP Pearson (a editora a que a Apple se associou) - e os que apresentaram o melhor preço. A ideia é melhorar o desempenho dos alunos, dando-lhes um instrumento personalizado e que permite várias funções, e integrá-los cada vez mais na sociedade de tecnologia e comunicação dos nossos tempos."
Revista do Expresso.
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